quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Afinal, o que é a Palavra de Deus?

Ontem na aula da faculdade o professor, o mais polêmico de todos, falava de diversos trechos da Bíblia que, segundo ele, os evangélicos interpretam de forma equivocada. Muitos textos do AT, segundo o professor, são interpretados pelos judeus de forma totalmente diferente dos evangélicos ocidentais. E também diversas passagens do NT. Perguntei então quem tem autoridade na terra pra afirmar o que é e o que não é Palavra de Deus, ou melhor, qual interpretação que Deus quer realmente que tenhamos?

Ele afirmou que é necessário estudar em fontes confiáveis, estudar os grandes teólogos e suas obras. No fim ele admitiu que acredita que o mais importante não é a letra em si, mas a essência da Palavra de Deus. Nesta linha fica muito vago ainda. Afunilando o papo chegamos a um ponto que penso de forma similar.

Não importa tanto você saber se Lázaro ficou quatro dias morto ou se aquele número tinha um significado próprio para o judeu da época, não faz diferença se Jonas ficou na barriga de um peixe ou se ali é uma ilustração, nem adianta você ser PhD com tese em AT discorrendo sobre o que é literal e o que é alegoria. De fato , de fato, o que REALMENTE importa é se você foi regenerado, lavado no sangue de Jesus, se você é uma árvore repleta de frutos do Espírito e não de frutos da carne, se você nasceu de novo, se é um cristão genuíno, se tem seu nome escrito no Livro da Vida do Cordeiro....

O resto? O resto não vai fazer diferença na eternidade. Sendo tudo isto que disse acima serás guiado pelo Espírito Santo e Ele te ensinará tudo que desejas que tu saibas da Palavra de Deus. Os teólogos e suas obras poderão ajudar, mas no fim será o Espírito Santo que ira testificar em teu coração o que é e o que não é Palavra de Deus...o resto a gente pergunta no céu.

Análise comparativa de textos

O professor da faculdade pediu para analisarmos a passagem de Gênesis em que Abraão se dispôs a oferecer Isaque em sacrifício obediente a Deus e depois vermos que relação a mesma tem com a passagem de I Samuel em que o povo pediu ao profeta um rei humano para governá-lo.

Quebrei a cabeça e encontrei diferenças, mas não sentia que era aquilo que se devia encontrar, e de fato o professor não respondeu ainda seu ponto de vista. Liguei a uma irmã abençoada que gosta de estudar a Palavra e relatei o fato. Depois de meditar, e até de ter encerrado a conversa ela me ligou e disse que viu uma semelhança de tema, a submissão.

No primeiro texto Abraão decidiu ser submisso a Deus independente do preço a pagar. No segundo texto o povo decidiu ser submisso a um rei humano, e não mais diretamente a Deus.

Nos dois textos é relatado o pacote de consequências de cada decisão. A decisão de Abraão o cobriu de promessas abençoadoras. A decisão do povo trouxe um conjunto que era de fato um jugo que o povo colocava voluntariamente sobre si e sobre seus descendentes.

Até hoje vivenciamos esta verdade. Quando somos submissos a Deus Ele nos abençoa e nos livra de muitos males. Sendo submissos, principalmente ao nosso eu colhemos as consequências ruins. É claro que existem casos em que você pode fazer tudo direitinho e passar por apertos e dores, mas não é neste aspecto que estou a raciocinar agora. Muitas vezes você vai precisar tomar decisões que não trazem nenhum benefício pra você, pra sua imagem ou seu bem estar. Mas é necessário que você tenha coragem de ser submisso a Deus INDEPENDENTE do preço a se pagar, mesmo que seus interesses pessoais, seu orgulho e amor próprio fiquem em frangalhos. Ser submisso ao seu ego, a seus interesses vai te jogar no chão mais cedo ou mais tarde.

Isso ocorre muitas vezes com relação ao perdão. Muitos ficam inchados de orgulho e não pedem perdão, pois acham que estariam se humilhando, "queimando" sua imagem de santo e perfeito. Grande engano. Deus MANDA perdoar, pedir perdão e tudo mais que segue nesta linha.

Enfia nesta tua cabeçinha, esta que você diz que vai morar no céu, que se você for submisso a sua vontade e a seus gostos provavelmente estará não sendo submisso a Deus e a Sua Palavra, serás um rebelde diante do Senhor.

Normalmente este tipo de conflito ocorre quando o cristão pisa na bola e comete pecado que fere de forma mais acentuada ao próximo e a imagem da obra como um todo. É comum, por exemplo, que alguém que comete o pecado contra o outro na frente de todos e o envergonha, depois quer pedir perdão num canto de parede qualquer, no oculto e escondido. "Que podem pensar de mim me vendo admitir que pequei, que errei e estou me humilhando pra este menor que eu?" Este é o pensamento carnal e pecador do orgulhoso que não quer se submeter a Deus como fez Abraão.

Isto é deveras difícil para os que estão em posição de destaque em ministérios e na sociedade. Para estes é difícil se submeter à vontade de Deus quando esta submissão inclui "colocar no altar do holocausto" sua imagem, sua reputação, sua honra. Mas Deus quer que você seja obediente.

Não adianta "recalcitrar contra os aguilhões" pois mais chicote te espera independente de qualquer oração de "guerra" que você faça, pois estarás repreendendo a tudo e a todos quando a causa do aperto é você mesmo e sua teimosia em ser orgulhoso e insubmisso a Deus. Se porventura obedecer a Deus pode comprometer tua imagem para com os homens, saiba que COM CERTEZA, desobedecer a Deus vai comprometer tua imagem para com Deus, e aí é complicado, né filho?

Este sacrifício de nosso eu o Senhor cobra de todos nós a cada dia, que Ele nos dê forças de fazermos Sua vontade, e não a nossa.

O grito e a autoridade

Todos já ouvimos aquela frase que diz que quem tem autoridade não precisa gritar pra impor sua vontade. Gritou é sinal que não manda mais em nada. Também já ouvimos descrente perguntando "...essa crentalhada pensa que Deus é môco?"

Lembrei, pensando nestes fatos, do que meu falecido irmão Paulo relatou. Ele estava prestando serviço em um hospital e certa senhora com câncer em fase terminal foi à ele pedir um remédio que o médico receitara pra ela ir morrer em casa. Naquele instante ele perguntou à ela se poderia pedir a Jesus para curá-la. Quando ela concordou ele relatou que fez uma breve oração, simples e objetiva ali, no corredor, sem gritos ou alarde. Muitos dias depois a senhora o procurou e ele não a reconheceu. Ela disse que no dia seguinte começou a desinchar e a sentir-se bem, ficando completamente normal. Foi ao médico e mesmo constatou que ela estava completamente curada!

O mérito da cura foi de Deus, claro, mas o instrumento usado pra interceder por aquela pessoa não precisou gritar, sapatear nem rodopiar, apenas tinha uma vida de cristianismo genuíno, um relacionamento verdadeiro com o Senhor.

Quando vejo estas oraçõs aos berros lembro da passagem de Mateus que menciona que os fariseus faziam longas orações nas casa das pessoas, com uma piedade fingida e sem nenhuma autoridade. É óbvio que em momento de angústia você pode levantar um clamor à Deus, mas o que vemos é uma banalização da gritaria, e quando observamos os resultados dos berros tempos depois, vemos que na maioria dos casos a gritaria não adiantou de nada, isso sem falar nas profetadas que normalmente seguem esses retetês da criançada, haja imaturidade.

Recentemente pude presenciar algumas profecias e viver pra ver que eram profetadas...nada se cumpriu, mas ninguém lembra, dá uma amnésia necessária à propagação do erro e à sobrevivência dos falsos profetas.

A Noiva Cadáver

Assisti este filme de animação, nome atual pra desenho animado, esta semana. É interessante vermos ali um rapaz casar por um vacilo bobo com uma noiva morta, a noiva cadáver.

Depois do fatídico casório o mesmo fica agoniado pois deseja voltar ao mundo dos vivos, já que os dois tinham naturezas distintas, ele vivo e ela morta.

A princípio lembramos logo de conselhos que damos aos jovens, rapazes e moças, para que não se envovam emocionalmente com pessoas "do mundo", descrentes, ímpios, pois os mesmos não possuem a mesma natureza do cristão. É fato, é real e sério. Casar com descrente é problema certo.

Outro fato é quando vemos casamento de crentes onde um é crente e o outro "crente", religioso de fato. Aí o problema também é sério pois não haverá autenticidade de uma das partes e a vida do cristão autêntico será um suplício até o conjuge criar vergonha na cara e buscar regeneração genuína.

Outros vivem uma fachada de felicidade em outra circusntância, protegendo o conjuge errado para evitar que suas mazelas sejam criticadas, inclusive não aceitando que outros chamem atenção para o fato de que aquela pessoa precisa buscar regeneração e ter frutos do Espírito. Aí é complicado também porque um dos conjuges protege o "malfeitor", proteção essa que faz é aumentar o erro e distanciar aquela pessoa do real arrependimento e da busca pela regeneração. Além do fato de que o "bom cristão" está pecando por omissão e negligência e pode causar danos à terceiros por não adotar uma posição de justiça quando o conjuge for injusto com o próximo.

Outro caso de casamento com cadáver é quando o cristão resolve se unir ao ímpio profissionalmente. Trabalhamos no mundo e debaixo de autoridade de pessoas que nem sempre são cristãos, é fato. O problema é quando o cristão se torna, por exemplo, sócio de ímpio em um negócio. "...que comunhão há entre luz e trevas?". O ímpio invariavelmente pode adotar conduta pautada na mentira, na sonegação, no suborno e outras mazelas mais, e o crente ali, compactuando com tudo e trazendo o peso da mão de Deus sobre sua vida, pois Deus cobrará as mazelas que ele deliberadamente está fazendo pois livremente aceitou ser sócio de ímpio. Depois quando Deus cobra não adianta correr atrás de "oração de fogo", tem é que criar vergonha e se consertar.

Quem não entrou ainda em nenhum destes "casamentos com defuntos" abra o olho. Melhor ser sábio agora que depois pagar o preço do pecado.

Noiva ou noivo cadáver, alguém se habilita?

domingo, 11 de outubro de 2009

A oração contrária e a ovelha ferida

Ouvi nesta sexta uma abençoada pregação. Tratarei de dois tópicos nela relatados.
O tema principal era batalha espiritual nas regiões celestiais, como está em Efésios.
O primeiro ponto em que me detenho me lembra um episódio verídico que ocorreu muitos anos atrás.

Duas pessoas que frequentavam igrejas evangélicas distintas envolveram-se em um problema que foi levado à justiça. Pessoa A e pessoa B. Consideremos que pessoa A era a pessoa crente e pessoa B a pessoa religiosa, pelo menos aos meus olhos na época. Pessoa A estava dizendo a verdade à justiça e pessoa B mentindo, nisso eu tinha certeza. Mas as duas pessoas, A e B, pediam oração em suas congregações pela contenda na justiça. A igreja de B orava de forma enganada, estava ludibriada orando a favor da mentira e contra a verdade, sem saber de nada.

Voltemos aos dias atuais. Quando se fala em qualquer lugar sobre guerra espiritual, sobre os inimigos do homem e tudo mais, vemos acontecer fatos similares ao que ocorreu com A e B. Contendas e atritos, como o que houve entre A e B, continuam a ocorrer em todas as congregações do mundo. Umas em maior outras em menor grau. O interessante é vermos os Bs da vida clamando a Deus em busca de ajuda a favor da mentira e contra a verdade e os que a defendem. Pode parecer absurdo mas ocorre. Já vi certa vez alguém ser injustiçado (o A de outro caso), sair por este fato da comunidade que frequentava, muito ferido mas antes que morresse, e foi tratado o caso pela comunidade a partir da versão do B deste caso. O A ali saiu como rebelde, retirado por Deus como uma purificação divina e adjetivos similares. E o povo glorificando a Deus pela mentira de B haver prevalecido, se bem que o povo de nada sabia, era de fato engabelado.

Concluindo, nem sempre a batalha espiritual que nos relatam por aí é de fato como relatam. Sejamos prudentes ao ouvirmos apenas parte da história, sem contatar todas as partes envolvidas. Antes de orarmos por alguma causa de quem quer que seja, isto quando o causa se tratar de conflito entre seres humanos, sejamos prudentes para não sermos ludibriados e ficarmos orando contra a verdade e a favor da mentira, de fato contra Deus. Isso ocorre também quando a mão de Deus começa a pesar sobre o errado e ele clama em oração repreendendo aquela situação em que ele foi colocado por Deus como sendo do diabo e seus seguidores. Oração que pede que Deus manisfeste sua justiça contra quem quer que seja é perigosa! Oração que menciona quem quer que seja como inimigo de alguém é perigosa! Nunca devemos participar de oração e intercessão deste tipo sem que haja CERTEZA ABSOLUTA de TODOS os fatos envolvidos e se tenha conversado com TODOS os envolvidos, sempre pautando nosso caminhar no amor e misericórdia pelo outro. Nem sempre o chamado de inimigo, usado do cão, rebelde, instrumento do diabo e qualquer adjetivo de sentido similar, é de fato desta forma, pode ser que quem te passa este perfil seja de fato o grande vilão, alguém que usa a mentira pra induzir outros ao erro. Cuidado!

Outro ponto que lembro foi uma frase: "...a igreja não deve abandonar seus feridos no caminho". Realmente o abandonar ferido é incompatível com a igreja relatada na Bíblia. A parábola em que Jesus nos conta que o pastor deixou as 99 no aprisco e foi buscar a perdida ilustra bem este fato. Infelizmente muitos brincam de igreja, não se contentam com o fato de muitos estarem feridos pelas lutas comuns aos cristãos, mas ainda acrescentam dores ferindo ao próximo com "fogo amigo", e depois ainda abandonam estes feridos no caminho. Não quero nem imaginar o destino dos que assim fazem. Que o Espírito Santo os convença deste pecado e se arrependam de forma autêntica antes de partirem desta vida.

Grandes são os problemas, intercedamos para que o Senhor nos livre do mal e converta os que insistem no caminho do erro.

sábado, 3 de outubro de 2009

A Ceia

Este post é lançado online no início do domingo em que a grande maioria das igrejas evangélicas celebra a Ceia do Senhor. Novamente um papo informal, além de algumas meditações na semana, me trouxe o tema.

Fico a me perguntar como tanta gente consegue cear sem que estejamos a ver frutos do Espírito em suas vidas. Digo assim porque não podemos julgar ao próximo, mas devemos observar os frutos que a árvore produz. Fico estarrecido com a frieza e total descaso com Deus de pessoas que passam o mês inteiro vivendo totalmente o contrário do cristianismo e na Ceia colocam um ar de amor cristão que não condiz com tal árvore. Me lembra muito o natal. O povo vive o ano inteiro feito uma maldição para o próximo, aí no natal veste uma capa de caridade, amor e benevolência. Parece até um mecanismo de defesa do corpo que sabe que não presta mas tenta enganar a si próprio. É esquisito demais, muito esquisito mesmo.

Na ceia eu até temo em ir à igreja por pensar estar colaborando pra desgraça alheia. Eu sei que um determinado abençoado prefere um papo com o cão a vir conversar comigo, recebi do mesmo o total descaso e a absoluta falta de amor cristão durante todo o mês, daí na ceia estou ali no templo e o infeliz vem até mim, me cumprimenta e balbucia umas palavras de amor e fraternidade que sei com certeza serem da mais absoluta falsidade. Me sinto como cúmplice do pecado alheio. Você já parou pra pensar nisto? O dia que o Senhor mandou que lembrássemos de seu sacrifício ser o dia em que alguns mais pecam? Parece aquele corinho que já mencionei antes ter abuso do mesmo: "...uma família sem qualquer falsidade...". O que nos conforta é sabermos, ou pelo menos pensamos saber, que a maioria tem um amor fraternal verdadeiro, mas são as exceções que teimam em cutucar nosso juízo devido à gravidade do fato e a frieza dos autores dos delitos.

Veja a que ponto chegou a igreja. Se nós nos sentimos incomodados com a falsidade que há entre as ovelhas imagine Deus! Não sei se é porque estou ficando velho, apesar de só ter 41 anos, mas a cada dia fico mais impaciente com estas marmotas entre o povo "que se queixa que é crente". Chega de hipocrisia. Vivi 20 anos de minha vida como hipócrita, não vou reencarnar pra viver de novo, então procuro viver de forma autêntica e genuína a vida que Deus, em sua longanimidade, resolveu me conceder, que Ele decidiu permitir que eu ainda desfrute mesmo sem merecer. Sou pecador cheio de mazelas mas este tipo de coisa chega às raias do absurdo, do incrível na escala de marmotas religiosas. Cada dia fico mais "desbocado" e impaciente com os religiosos do abracinho falso e da "paz do Senhor" que eles mesmos não possuem. Pessoas que fazem o jogo da mão dupla da tesoura. Eles tesouram o A para o B, o B para o A, o C para os dois e por aí vai; daí encontram todos juntos e é um "amor" só...

Isso estou a falar de irmão para irmão, nem sequer lembrei de algumas lideranças que só lembram das ovelhas na hora em que necessitam de algo do rebanho, o tal do "...venha a nós o vosso reino e nada...". Realmente tem que ser muito persistente pra conseguir caminhar no meio do povo que se diz povo de Deus.

Amor? Esqueça, está cada vez mais raro de se encontrar, seja na igreja, que deveria ser cheia de amor, seja no mundo afora, este nunca teve nem terá. Como fica a Ceia então? E as recomendações de que "...por isso há muitos entre vós que estão doentes e muitos que dormem..."? O povo novamente dá provas que fala de Deus mas vive como se Deus não existisse. Andam com a Bíblia na mão mas vivem como se ela fosse só mais um livro de frases bonitas. Falo o povo porque por menor que seja o número dos que assim agem, já é um número exorbitante se levarmos em conta que este povo diz que vai morar no Céu, diz que nasceu de novo e o pior, diz que é filho de Deus!

Dia de Ceia, Senhor ajuda-nos e tem misericórdia deste povo que afirma ser teu...

O dinheiro e o ministério

Estava conversando hoje e me falaram de um amigo que é pastor. Relataram de sua dificuldade na vida pois acorda todos os dias de madrugada para produzir produtos que comercializa, já que não recebe renda da igreja que pastoreia. Este é um exemplo de extremo, onde o obreiro não recebe o salário que deve receber. No outro extremo vemos as igrejas neopentecas onde jato de 50 milhões de dólares está a serviço do bispo. Novamente necessário se faz o uso do bom senso.

Acredito que o obreiro deva ter um trabalho que muitos chamam de "secular", como se isso fosse do mal. Paulo fazia tendas para não ser pesado aos irmãos. Novamente o bom senso clama por algo que repito a enésima vez: transparência. Tudo feito às escuras, somente do conhecimento de um mini grupinho passa a aparência de marmota. Todos sabemos quanto ganha um político, quanto é o salário mínimo, quanto ganham servidores públicos cujos salários são divulgados nos jornais de concursos a toda hora. A igreja deve ser exemplo de transparência. Todos os membros devem acompanhar, opinar, votar e sugerir quando for ser decidido a prebenda do pastor, este é o termo para o valor monetário recebido por religioso.

Fato sério e gravíssimo, além de criminoso, é o fato das igrejas que não descontam o Imposto de Renda na fonte ao conceder a prebenda ao pastor, e nem o pastor dizer a verdade quando declara Imposto de Renda. A mídia mostra quando ocorre isto. "Esqueceram de César" podia ser o nome deste filme trágico. Vemos nestas duas páginas, encontradas rapidamente no google, artigo e fórum tratando do assunto, inclusive mencionando prisão de pastor:
http://www.direitonosso.com.br/artigo66.htm
http://www.forumcontabeis.com.br/ler_topico.asp?id=24033 ;

Já pensou se a Receita Federal desse um "pente fino" no patrimônio dos líderes de igrejas pra ver a compatibilidade da realidade com a declaração anual do IR? Ia ser um problemão, humanamente falando, e um escândalo, biblicamente falando, se fosse encontrado algum caso de fraude. Vemos no primeiro link um caso concreto divulgado pela mídia.

O povo pensa que por estar na igreja e por tudo se passar na igreja, a renda pastoral se dá em outra dimensão, talvez na quarta dimensão do agora David Young Cho. Deus vai torná-los invisíveis ao governo! Mas os olhos dos irmãos enxergam tudo isto, e tal fato joga por terra a credibilidade do pregador e da instituição quando os mesmos exigem retidão e não colocam retidão em prática.

Vejo hoje como alguns sentem tanta dificuldade em ter vida transparente, isto é um escândalo, pois deveria ser o normal, o natural do cristianismo. Não sou fiscal de nada e creio que todos nós vamos prestar contas com Deus e com o governo, mas a imagem da obra de Deus se desgasta, os imaturos se escandalizam, é só desgraça quando estoura uma marmota qualquer. E a Bíblia diz "ai daquele por quem vier o escândalo".

Acredito que a prebenda pastoral deva ser uma média da renda dos membros, para que os mais humildes não fiquem escandalizados com os luxos pastorais advindos de sua tão sacrificiosa oferta. Não se deve deixar o líder à míngua, novamente o bom senso, a lógica deve prevalecer, ou seja, a justiça pra com todos que colaboram na obra e para com o obreiro. Deve ser discutida abertamente a carga horária do obreiro, quantas horas mensais dedicadas ao estudo, quantas à visitação de membros e etc. Não adianta usar de sentimentalismo ao dizer que pastor trabalha até de madrugada orando pelo povo. Isto é uma falta de respeito ao próximo! Todos temos nossas madrugadas ao pé da cruz quando a coisa aperta. Faz parte do estilo de vida do cristão. Lutas estão contidas no pacote de todos, seja o "paipóstolo" ou o membrinho de banco.

Lembro de ouvir relatos de alguns que se diziam missionários pra se escorar em membros da igreja. Iam morar com a família do membro e só tinham "vida de consagração". Não "colocavam um prego numa barra de sabão". Só a "unção da preguiça". Pensam que os outros são tolos, e alguns até que são até verem que estão sendo usados. Mais mazela gospel.

Não devemos induzir os líderes ao erro, ao crime fiscal, ao escândalo. Devemos fiscalizar e exigir que a lei seja cumprida na hora de se doar algo ou se conceder prebenda a quem quer que seja. Transparência já, ou possibilidade de escândalo daqui a pouco. Se algum dia você leitor tiver oportunidade de voz na sua comunidade religiosa não cale, fale, alerte, não sejas omisso.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Muita areia para o caminhão

Vejo a cada dia que toda igreja necessita de ancião ou, de preferência, anciãos. Estar à frente de um povo é algo de imensa responsabilidade para estar entregue a um grupo que careça de uma base formada de pessoas maduras. Ancião aqui não é simplesmente alguém de cabelos grisalhos, mas pessoas com estrada caminhada no serviço ao Rei e que tenham amadurecido no decorrer dos anos o suficiente para ajudar na caminhada de uma igreja.

Pior que não ter igreja é ter uma igreja que vai te conduzir para caminhos equivocados por causa da falta de capacidade de quem está cuidando do rebanho, ou ajudando a cuidar. Não é obrigatório que todo pregador seja um "madurão", mas vemos, pelo menos nas igrejas históricas sérias, que toda congregação tem uma base ministerial formada de pessoas de maior maturidade, aptas a lidar com a maioria dos percalços que assolam a igreja e em posição de autoridade, muitas vezes, acima do pregador principal.

O presbitério nas igrejas presbiterianas e o conselho em outras são exemplos de grupos que possuem, a princípio, anciãos orientanto o caminhar da igreja e evitando que os mais novos, mesmo que em posição de proeminência no ministério, causem danos à obra quando encontrarem-se em situações nunca antes vivenciadas pelos mesmos. É um peso de maturidade necessário para que o barco não balance muito na tempestade. Por melhor que seja o homem ele poderá causar danos de difícil reparação ao povo se não possuir maturidade suficiente para lidar com imprevistos que ocorrem e nem humildade suficiente para buscar auxílio de anciãos na hora que o imprevisto chegar.

Com a profusão de "uma igreja em cada esquina" que vemos Brasil afora, este problema toma dimensões assustadoras e tem trazido à tona uma multidão de "feridos em nome de Deus", como mostra livro de mesmo nome. Busque ao Senhor direção na hora de decidir onde congregar ou onde irá congregar, caso esteja precisando de mais do que tens recebido. Sua vida e a dos teus, muitas vezes, "é muita areia para o caminhão de teu líder".

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Analisar a ponta do iceberg

Sabemos que nenhum comandante de embarcação vai analisar ponta de iceberg porque ali nada mostra sobre o conteúdo que está abaixo da água. Na vida existe algo similar.

As pessoas, todos nós, possuímos um proceder que é fruto de diversos fatores. Normalmente, ao analisarmos algo que consideramos inadequado em alguém, analisamos apenas os sintomas da mazela principal. Ficamos a apreciar apenas a ponta do iceberg.

Como saber o que está abaixo da água? É difícil e poucos sabem como conduzir de forma adequada tal investigação. A cooperação do investigado ajuda de forma essencial pois na grande maioria das vezes as causas estão muitos anós atrás em eventos bem distantes. De que estamos falando? Da psicologia e dos psicólogos e conselheiros sérios de que a igreja tanto precisa. Não devemos nos amparar na Psicologia atual para delimitarmos regras de conduta como critica Paul Washer, mas usar o conhecimento desta ciência para ajudarmos o povo de Deus a superar e vencer as causa de suas mazelas, mazelas estas que atrapalham suas vidas, dos seus e da igreja. Usarmos vírgula, os competentes usarem. Aí é que mora o perigo. Deve haver cautela na busca de psicólogos e conselheiros para você se aconsellhar e se consultar. A imensa maioria dos "experts" por aí vão é te enfiar no buraco.

Como a imensa maioria dos líderes não tem humildade para dizer "...vou te indicar um especialista pois não estou apto a tratar de seu caso", aí devemos redobrar o cuidado e chamarmos a atenção dos que procuram ajuda nesta área.

Os profissionais competentes podem ser um canal eficaz de benção em tua vida e nas vidas dos teus, e consequentemente da igreja que frequentas. Não saia precipitadamente a se aconselhar com os "espirituais" que te cercam, seja a irmã da oração ou o pastor "presidente". Busque a direção de Deus para encontrar as pessoas certas. Provavelmente não frequentam tua igreja e seguem linha doutrinária diferente da tua, mas nesta área são os capazes a te ajudar e não te desmantelar mais ainda.

Cuidado!

Amalequitas e a cruz de Cristo

Novamente ouvindo sobre Davi foi mencionado o povo amalequita. Naquele tempo, como diz o padre na missa, o povo de Deus matava à espada seus inimigos, exterminava grande quantidade de pessoas seguindo sua caminhada na terra.

Dizem que você pode provar o que quiser na Bíblia. Um fato que costuma ocorrer é o povo querer tratar os que os perseguem como Davi tratava os amalequitas. A passagem de que seus inimigos virão por um caminho e correrão por vários, não lembro agora se sete, faz o povo dar glórias de júbilo pensando em seus atuais inimigos. O chefe que o persegue, a vizinha encrenqueira, a sogra "infernal", um parente que "se escora" e por aí vai. O povo lembra logo das "mercadorias que o cercam".

Mas será que essa abordagem condiz com o ensinamento neotestamentário de Cristo? Acredito que não. Não se deve aplicar diretamente partes do Antigo Testamento que ouvimos na pregação dando a entender que nossa postura deve ser igual ao do povo judeu de espada na mão. "Negarralf" como diz um conhecido meu.

Em Mateus 5:43-44 lemos : " Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem" e em Romanos 12:14 lemos: "abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis".

Na nossa realidade hoje, de igreja de Cristo, iríamos mandar missionários evangelizarem os amalequitas se os mesmos ainda existissem. Da mesma forma devemos orar, interceder com amor genuíno por todos que desejam nosso mal.

Isto é cristianismo, simples assim.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Davi e os filisteus

Ontem ouvi o pastor pregando sobre Davi, e lembrava da época em que o mesmo foi se refugiar entre os filisteus, um dos inimigos de Israel.

Nossa vida passa por fases. Quando observamos a vida do nosso próximo não podemos fazer julgamento precipitado sobre o fato que irei mencionar e que ocorre muito.

É provável que muitos tenham dito que Davi estava "desviado" da fé, apostatado de Deus pois foi onde nenhum judeu queria ir. Mas estudando a vida de Davi como um todo vemos que ali foi uma fase específica em um momento determinado, uma situação singular.

Anos atrás vi pela primeira vez fato similar com uma família que já frequentara a igreja por muitos anos. Devido a algumas circunstâncias os mesmos afastaram-se da igreja evangélica "normal" e foram fequentar aquela que é verdadeira abominação no meio crente, a Igreja Universal do Reino de Deus. Eles sabiam as mazelas de lá? Claro, é óbvio. Mas foi uma fase específica em que Deus falou aos mesmos em lugar que muitos de nós não entramos "nem a pau". Da mesma forma que Davi foi aos filisteus muitos vão à locais inusitados, frequentam igrejas "não recomendadas" em certas fases de sua vida e todo mundo "taca o pau" na cabeça destes. Não devemos analisar este fato para justificarmos a ida deliberada à uma congregação inadequada. Nada disso. Apenas vejo que nem tudo na caminhada do cristão vai ser entendido pelos outros, é coisa entre ele e Deus. Frases tipo: "...não entendo como essa família está neste local cheio de mazela A e B e com ensino tão fraco e blá, blá, blá...". Se, aqueles de quem estamos falando forem cristãos autênticos, devemos ficar tranquilos mesmo não entendendo. Deus guia seu povo em locais muitas vezes inusitados. Iremos entender só lá na frente e às vezes só na outra vida porque Deus fez assim.

Medito nisso para que nos policiemos quanto a julgarmos as pessoas e os locais onde hoje elas podem invariavelmente estar congregando. Deus pode certamente estar trabalhando em áreas que não sabemos e aquela igreja lá pode estar sendo abençoada pelo cristão autêntico que foi ali ser luz e sal.

Cada caso é um caso. Tem coisa que dá pra generalizar um pouco, outras não se pode agir assim sob pena de estarmos sendo tolos achando-se sábios, e magoarmos aqueles que estão em um aprisco onde colocaríamos a placa "não entre" na frente. Deixa Deus ser Deus e seus filhos serem filhos. Lembre de Davi e os filisteus.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Banana com carbureto

O cristão "de vez" é uma figura interessante de ser analisada e necessitamos saber identificá-la.

Existe na comunidade cristã o que chamamos de novo convertido, novo na fé e também de crente "verde". Verde porque não teve ainda tempo de amadurecer na fé, apesar de muitas vezes ser maduro em outros aspectos da vida. Encontramos ainda o crente "maduro", aquele que já está "passado na casca do alho", que já saiu do estado de fruta verde, tornou-se fruta "de vez" e depois, aos poucos amadureceu. A figura que vamos analisar não é o verde, ele está provavelmente na fase mais bela de seu relacionamento com Deus, infelizmente muitos deixam esta fase de intimidade e sinceridade com Deus morrer. Os maduros estão aí frutificando e nos abençoando. Os "de vez" que estão no processo de amadurecimento regular, progressivo, ascendente, estes também são benção pois estão no caminho certo. O que iremos analisar é aquele que estagnou da pior forma no estado de "de vez" e é crente, tem certeza absoluta que é maduro, sábio e tudo mais, mas veremos que ele parou no espaço e no tempo com uma cegueira difícil de ser curada.

Para facilitar a grafia do texto irei "batizar" o crente "de vez" de "BC". Esta sigla significa "banana com carbureto". Aquela banana de supermercado que é "a corra mais linda" por fora, bem amarelinha que juramos que está madura ou quase madura. Mas abaixo da casca existe um interior, uma essência dura e verde. Compramos ela e depois de alguns dias a mesma apodrece mas não amadurece. Era uma falsa maturidade que nos enganou.

O crente "BC", quando ainda está no banco causa menos estragos. Normalmente sua família é a maior vítima e os mais chegados, no caso, aqueles ouvidos que ficam atentos à sua voz e são contaminados por ela. O grande risco do crente "BC" é quando o mesmo vai ocupar cargo onde vai liderar outros, seja em menor ou maior escala.

Na posição de líder o nosso analisado não terá maturidade para lidar com os percalços da caminhada. Não saberá lidar com o criticismo, não saberá amar ao próximo e cuidar, como manda a Palavra, das ovelhas sob sua responsabilidade, sejam elas um grupo de quatro a cinco ou mesmo algumas centenas, e ainda não terá o principal, os frutos do Espírito. É claro que não será cheio de frutos da carne, porque aí todos veriam que não é um "maduro", mas terá alguns frutos da carne que serão verdadeiros "pecados de estimação", como a inveja, a falsidade, a mentira e coisas similares que não ficam à mostra na superfície como escândalos gritantes, mas causam danos graves na obra de Deus e nas ovelhinhas ao redor.

Uma das características do espécime em análise é total aversão a crentes realmente maduros, ou num estágio acima em nível de "de vez". O "banana com carbureto" prefere estar na companhia de verdinhos que não abalam sua "imagem" e sua posição. O medo é algo que ronda tais pessoas, medo de tudo, principalmente de ter seu brilho ofuscado por alguém maduro. Santa imaturidade. Tal medo impede a humildade de reconhecer os erros, pedir perdão, enfim, ser transparente. A muralha da mentira é a mais usada, no esquema de "se funciona eu faço."

De fato tais criaturas são os que chamamos de religiosos e fariseus, e o problema é que estão em toda parte causando danos difíceis de serem reparados.

O que fazer? Cada caso é um caso. Normalmente o tal bc dificilmente reconhece seu estado se for encarado de frente. Novamente só muita oração pra convencer esta pessoa de pecado, de sua situação. Uma forma imbatível de reconhecer um "banana com carbureto" é que o mesmo não ama genuinamente. Pode até dar a aparência de piedade mas o tempo mostrará que era um amor de profundidade epitelial. Tal cria ama é mesmo a si próprio e se você for "bater de frente" é provável que não dê em nada, ele só vai aperfeiçoar sua habilidade religiosa.

Neste caso são os similares, e não os opostos que se atraem. Normalmente bc vive se cercando de bcs. É mais confortável e seguro. Nada abalará o estado atual das coisas. Se tá tudo legal que assim continue, e que os maduros mantenham distância. De fato os bcs NUNCA reconhecem a maturidade do outro, pelo contrário, eles tentam desacreditar pessoas mais maduras para que ninguém questione o porquê do bc não querer papo com o maduro. Bc busca bcs, é triste mas é fato.

E qual uma característica de um maduro? Focarei apenas num ponto de exclusão: "o bc não ama." Todos que amam são maduros? Nem sempre, mas o amor é o maior dom e a presença dele na vida de alguém é um sintoma maravilhoso de que aquela pessoa, se ainda é verde ou de vez não importa,está no caminho certo da maturidade cristã. QUALQUER OUTRO fator, seja conhecimento, retetê, aparência física, oratória, dons os mais variados, ou qualquer coisa que o valha estiver acima do amor na vida de quem observamos te digo: CUIDADO!!! O amor não te dá certeza de cristianismo puro mas a AUSÊNCIA dele te dá certeza absoluta de hipocrisia total!!!

Tenho observado um fato interessante nas mais diversas congreçacões de tantos conhecidos com os quais converso vida afora. Muitos frequentam igrejas com várias "contra indicações" visíveis. Judaizantes, turma da prosperidade, legalistas, lideranças semi-analfabetas, louvor medíocre, liderança "amansebada" com políticos, enfim uma série de caracteríscas ruins a meu ver. Por que este povo ainda está lá? E feliz? Why???? Porque SÃO AMADOS!!!! Seja pela liderança ou pelo irmão, não importa, são realmente amados ali. E é este amor, e não as mazelas do lugar, da denominação, que conquista os irmãos. Todo ser humano precisa de amor. Como somos tão, com a licença da palavra, imbecis a ponto esquecermos de tudo que Paulo nos fala do amor? É básico, o bê-á-bá do cristianosmo é relegado daí o povo cai fora pois o povo não apenas deseja, mas precisa de amor genuíno! Tem um pastor amigo nosso que nunca frquentei sua igreja, nunca fui nem uma semana lá, mas num momento de dificuldade anos atrás ele veio até aqui e ficou conosco uma madrugada inteira. Não ficamos na igreja dele mas sempre que nos encontra ele transpira amor. É o mais culto? Não. Tem a melhor pregação? Não. A igreja da moda, a tal? Não. Mas faz o primcipal: ele ama. Tem erros e mazelas como todo ser humano, pode simpatizar até com doutrina meio esquisita mas vive o principal do cristianismo, ele ama!

É uma pena que tanto estrago tem sido feito nos coraçãos humanos pelos "bananas com carbureto" que andam nas diversas denominações por aí. Seja ele um simples líder dos porteiros ou apóstolo. A mazela é democrática, ela ataca todos as classes e idades.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O enfermeiro de Deus

Costumamos ouvir a ilustração que a igreja é como um hospital, aonde os doentes espirituais vão para serem tratados pelo médico dos médicos. Jesus é este médico.

Infelizmente muitas vezes este hospital carece de enfermeiros e enfermeiras. Pessoas de carne e osso que ajudam também a cuidar dos doentes. Colocam normalmente gotas de amor, comprimidos de companheirismo e até, às vezes, apenas um ouvido disposto a escutar o irmão "dodói".

Interessante que muitas vezes enfermeiros de outros hospitais, até dos chamados de "seitas" são bem mais hábeis na função e, principalmente, na disposição de cuidar dos feridos, muitos feridos em nome de Deus.

Minha falecida sogra passou por isso no interior quando o líder da igreja não deu atenção e cuidado que ela precisava. Desprezou a ovelha, negligenciou sua função. Os Testemunhas de Jeová foram hábeis, amorosos e pacientes. Visitavam-na regularmente com amor e atenção. Respondiam tudo sem pressa e transparecendo real interesse no bem estar dela. Onde estavam os cristãos? Em seus templos, balofos de doutrinas e costumes, gordos e preguiçosos, sem afeição natural e nenhum amor genuíno.

Quando hoje em dia ocorre isso, da ovelha ser socorrida pelo outro que não está no mesmo aprisco, aí muitas vezes ocorre a indignação de quem não fez o dever de casa. A ovelha passa de vítima à réu. Não devia receber o socorro do enfermeiro do hospital ao lado? Devia morrer à míngua?

Meu povo, meu povo. Vamos parar de brincar de ser crente, antes que durmas na terra e acordes com uma prestação de contas de efeito eterno em tua frente. É fácil ferir, é fácil ver o ferido sangrando, difícil é colocar o remédio na ferida. É facil ser, como disse Paulo, "inchado" dentro da igreja, difícil é amar ao outro que está necessitando de atenção e cuidados.

Tenho verdadeiro abuso daquele corinho que é o que mais faz o povo mentir durante o louvor: "...uma família sem qualquer falsidade, vivendo a verdade...". Infelizmente esta não é a realidade da igreja cristã. Alguns vivem o amor cristão real e verdadeiro, mas infelizmente é a minoria. Pagar o preço de ser autêntico e não hipócrita é algo que poucos estão dispostos a fazer. Vivem falando de Deus, mas vivem como se Deus não existisse!

Tapinhas nas costas com uma mão e um punhal afiado entrando pelo outro lado. Sonhando que a mentira dura muito quando ela tem pernas curtas. Não entendo mesmo pois esse povo vive, como disse Jó à sua mulher, "como loucos". Um bando de "abirobados", enganando à si próprios, achando que estão brincando com Deus, quando de fato estão rumo ao precipício. Eu fico não só vendo, mas a pedir à Deus por estes. Não orar por eles é falta deste amor que tanto reclamamos.

A responsabilidade de quem se diz cristão não é grande, é enorme. Precisamos assumir nossa função de "enfermeiros de Deus". Amanhã, estaremos precisando dos cuidados e do amor que hoje podemos dar ao nosso próximo. Sem amor de nada vale nosso viver. É morto nosso ser, como eu disse anteriormente em post passado, é um verdadeiro zumbi...

Tem algum enfermeiro de Deus por aí? Glórias à Deus que ainda existe um remanescente!

O coração do Rei, aos crentes grevistas

A Palavra diz que "...como ribeiros de águas assim é o coração do Rei nas mãos do Senhor".

Nós cristãos participamos de greves e reclamamos nossos direitos às autoridades, mas nunca devemos esquecer que os corações dos governantes estão nas mãos do Senhor. Mais vale a oração de um justo que um piquete de grevistas. Devemos sim, comunicar nossos anseios para sermos devidamente valorizados em nosso trabalho, mas tudo sem raiva, ansiedade ou desrespeito.

Não sejamos ansiosos, entreguemos tudo ao Pai para que Ele nos conceda a justiça que tanto clamamos.

Orai sem cessar

É indispensável para não cairmos em laço de nossa própria carne, que nos induz ao mal. Uma ordem simples e curta, mas difícil de se viver, pois trará excelentes consequências.

Lembre : ore sem cessar pois o Pai está ansioso pra te ouvir e contigo conversar. Em comunhão constante com o Senhor verás que a cada dia o pecado se tornará mais raro em teu viver, pois estarás a conversar constantemente com Deus, que te ama e quer te transformar em vaso excelente.

Terás teu caminhar entregue ao Senhor, confiando nEle sem stress, desconfiaça ou dúvida. Cada dia de uma vez, cada hora atrás da outra.

Estou aprendendo a deixar cada dia com o seu mal. Planos futuros irão se cumprir SE forem do agrado do Pai. Confiemos nele, o nosso grande amigo, nEle a gente pode confiar, como diz o corinho antigo mas verdadeiro.

domingo, 20 de setembro de 2009

O menino do pijama listrado

Já faz algum tempo que assisti a este filme, mas o povo aqui de casa só viu semana passada. Se não viste não continue a leitura pra não perder a graça.

Neste filme "a arte imita a vida". A justiça é exercida pela lei da semeadura de forma dura e certeira. Na vida muitas vezes vemos isto acontecer na vida do outro e também na nossa. O mal que se planta volta contra o autor e destrói o que mais se ama de forma cruel.

Um filme triste, mas que nos leva a refletir, não apenas no castigo dado pelas circunstâncias ao oficial nazista, mas na realidade cruel vivida naquela época pelo povo escolhido que não aceitou o Messias à ele enviado.

Deus pode adiar um pouco o juízo, mas ele certamente virá. Interessante que também nos faz recordar que "a vingança pertence a Deus", não nos desgastemos nem pequemos querendo dar uma de Deus. Entrega as dores nos pés do Pai que ele cuidará de quem causou a dor. A justiça divina pode parecer que não vem, mas certamente virá, e será certeira. Não devemos, entretanto nos alegrar com a dor do castigado, mas pedir ao Senhor a misericórdia de quem está pagando preço, pois também somos merecedores de juízo e estamos sendo poupados do mal pelo Senhor.

Ferido por uma mente perigosa

Esta semana comprei dois livros que recomendo à todos: Mentes Perigosas - O psicopata mora ao lado e Feridos em nome de Deus.

No primeiro uma psiquiatra te leva a conhecer as características de psicopatas que, segundo ela, apesar de estarem em menor número na sociedade, estão inseridos em todas as esferas sociais, incluindo aí as igrejas.

O livro tem uma postura responsável, com exemplos de casos reais e uma linha didática que te leva a saber discernir sem ser irresponsável, quem próximo de você pode ser visto como psicopata. Os riscos e os danos que tais figuras podem causar são meticulosamente explicados. Uma leitura essencial nesta sociedade em que estamos inseridos.

O segundo livro traz relatos reais de pessoas que foram feridas por lideranças inescrupulosas. Casos reais traçam um perfil de diversos comportamentos destas figuras maléficas que são encontradas em muitos púlpitos país afora. Também um livro interessante para aprendermos a sobreviver nas igrejas e a entendermos a realidade dos machucados.

Valem cada real que se paga por eles, e até mais.

domingo, 13 de setembro de 2009

Aula interessante

Esta semana assisti a uma aula interessante na faculdade de Teologia. O novo professor nos mostrou a importância de se conhecer de forma profunda a Bíblia. Tal conhecimento passa pelo estudo da língua em que o livro foi escrito (conhecendo assim os erros de tradução) e as circunstâncias vividas pelo autor na época (o meio, a quem se escrevia, a situação política e etc.). São variáveis que mudam de forma drástica a interpretação da Palavra de Deus. Já havíamos vivenciado explicações similares sobre a Bíblia e os textos originais, mas o que chamou a atenção foi o nível de conhecimento do professor em temas que pensávamos estar com a interpretação correta. Uma breve explicação sobre aspectos do texto original nos trouxe uma visão diferente da que tínhamos em alguns poucos assuntos rapidamente explicados, ainda tem muita estrada pela frente.

Você pode afirmar que estou em contradição pois reafirmei aqui sobre a inutilidade de se perder tempo com análises de assuntos teológicos que não levam à nada. Realmente tem assuntos que só confundem e nada explicam. Aqui, porém, vemos que o estudo da Palavra em si é de grande importância para se evitar interpretações erradas e consequentemente erro na doutrina ensinada. Concordo que este estudo não é para todos, mas à alguns foi confiado o ministério do ensino, estes devem sim estar preparados para passar ao povo uma explicação correta da Bíblia em todos os aspectos.

A missão é muito difícil. O hebraico é bem complexo, o grego também não é fácil, os livros são caros e enormes, mas tudo faz parte do "pacote" de quem vai assumir a função de orientador do rebanho. É grande a responsabilidade. Não sejamos irresponsáveis. Digo isto aos que já estão na função e os que já sabem de seu chamado, eu estou em "stand by", no aguardo.

A caminhada com o referido professor começou agora. Quando o alimento começar a ser digerido, irei compartilhar aqui as descobertas, se bem que a velocidade não será a desejada, mas a que for possível empreendermos.

Full flaps

Esta ilustração me veio à mente algum tempo atrás, inclusive já comentei com algumas pessoas.

Em 20 de agosto de 2008 um MD-82 da Spanair tentou decolar sem os flaps, que são dispositivos localizados na parte posterior das asas que, quando abaixados e/ou estendidos aumentam a área de sustentação da aeronave, permitindo o vôo em velocidades mais baixas, como na hora da decolagem. Estes dispositivos são checados pelos tripulantes durante o taxi em direção à cabeceira da pista. Diversos itens são checados e, tanto piloto como co-piloto esqueceram os flaps. Neste caso eles deveriam estar totalmente estendidos, situação chamada de full flaps.

Na nossa vida também passamos por situação similar. Todos nós sabemos o que devemos fazer no início do dia. As recomendações são praticamente universais. Orar e ler um trecho da Bíblia, o que normalmente chamamos de "devocional". Seria como acionar os flaps de nosso ser, permitindo que decolemos em nosso dia sem o risco de virmos a cair logo no início do "vôo".
Devocional também é recomendado no fim do dia, assim como o avião aciona os flaps também em seu pouso. São recomendações simples, como simples e pequenos são os flaps em relação ao tamanho do avião, mas essenciais para nos mantermos firmes, minimizando o risco de vir a cair.

A vida cristã é uma mistura de simples e complexo. Costumamos ter dificuldade em viver o simples ao mesmo tempo em que nos aperfeiçoamos em discutir o complexo. Vivamos o simples!

sábado, 5 de setembro de 2009

Os especialistas de plantão

Tenho visto em vários anos um fato perigoso. Os crentes passam por problemas familiares, seja no casamento ou no relacionamento com filhos, e buscam logo ajuda na igreja, entre os crentes. O crente é uma figura exótica que, devido ao fato de ser filho de Deus, ele muitas vezes "se acha" mais do que deveria. O crente se acha mais sábio que psicólogos e conselheiros familiares profissionais, devidamente instruídos nesta função.

Daí o cristão busca o conselho do "vaso" ou da "vasilha", que não tem humildade de dizer que não tem conhecimento suficiente na área pois, de fato sendo filho de Deus que patente melhor precisa? Aparecem então conselhos inadequados, diagnósticos equivocados e soluções totalmente desnorteadas. O problema que tinha determinado tamanho pode tomar formas desastrosas. Algo gerado por problemas familiares, desajustes na criação e traumas passados levam muitas vezes o rótulo de "coisa do cão", "encosto", "pecado oculto" e até "deserto mandado por Deus", além dos "diagnósticos" aparentemente fundamentados na psicologia e até naquele tal de "Fróide". O crente daqui a pouco tá espiritualizando até o lançamento de um novo modelo de moto pois ela vai "induzir o crente a comprar moto e morrer em acidente".

Sei que são raros os profissionais cristãos que tem sabedoria e conhecimento necessários na área de aconselhamento familiar. Mas devemos não cansar de procurá-los sob pena de piorarmos um problema já muito ruim. É necessário que este profissional não seja de sua igreja nem de seu círculo de amigos para que ele seja imparcial e profissional no diagnóstico da situação.

Aconselhamento em igreja raramente acerta o alvo, dificilmente resolve, normalmente só complica, e isto sem mencionar uma das piores consequências: o vaso ou a vasilha sai a comentar o caso entre os irmãos, dando às vezes a desculpa de "pedir oração". Aí a desgraça se completa. Você e seus problemas ficam, como aquele programa de tv se chama, "na boca do povo".

Tive uma professora de Teologia que bate muito nesta questão da falta de profissionais cristãos na área da psicologia, de crentes autênticos sendo profissionais capacitados. Ela mesma busca a capacitação constante e de forma paralela o amadurecimento espiritual. Se leres este texto...estamos com saudades viu?

Tenhamos cuidado amados, o cão, agora menciono ele, dá uma ajudinha à irmãos até bem intencionados às vezes, para que se conduza de forma inadequada a busca de solução de teus problemas. Procure um bom profissional cristão. Sei que é missão muito árdua, mas não desista pois podes piorar e muito tua vida e dos teus se te aconselhares com "especialistas" de plantão, sejam eles líderes de ministério de casais, de jovens ou até pastores. Não se engane, não se iluda.

A colheita

No ano de 2000, quando o Senhor teve misericórdia de mim e permitiu que a vontade de ser íntegro prevalecesse sobre outras, alcancei misericórdia e fui resgatado de uma vida de hipocrisia plena em aproximadamente 17 anos nas igrejas evangélicas. A decisão de se expor e colocar à vista de todos toda imundície que eu era teve seu alto custo mas foi necessária e valeu a pena.

Uma das vantagens foi o povo ver a colheita de 17 anos de semeadura. Na época passei por grande dificuldade financeira. Tive que vender um carro que comprara zero e já a estava a três parcelas de ser quitado, depois tive que vender um apartamento que estava aproximadamente 80% já pago. Procurei na ocasião o Pr. Valtinho, da Igreja El Betel lá no mondubim, aqui em Fortaleza. Perguntei à ele porque tanto deserto se já havia ocorrido o arrependimento, a confissão e o perdão de Deus. Calmamente, sem nenhuma revelação ser necessária, ele acertou no alvo. "É a colheita. Você passou anos plantando sementes ruins agora tem que ter paciência que esta colheita passe, pois a lei da semeadura continua valendo independente do perdão".

Vi depois que realmente é verdade. Se você matar alguém seu arrependimento não trará à vida o defunto e aquela família sempre te acusará.

É necessário "trincar os dentes", aguentar, clamar por forças à Deus e começar a plantar sementes sadias, pois aos poucos a colheita das sementes contaminadas vai acabando e a colheita das sadias começará. Vi na prática que isto é a mais pura verdade e a família, que não tinha culpa de meu pecado, pagou também um duro preço de sofrimento.

Vejo novamente situações assim. Alguém fez durante anos algo ruim, conduziu a vida de forma inadequada, sem seguir o roteiro e a forma descrita na Bíblia, aí quando chega o momento do confronto esta pessoa terá que ter forças e coragem de tomar a decisão certa. Confessar o erro inclui levar junto no pacote as "sacas de grãos" da colheita das sementes contaminadas.

Você, se estiver passando por isto precisa ouvir algo, e espero que ouça. Não se pode curar um câncer sem retirar todo o tumor. Se o canceroso que passou anos fumando tem dor de nada adianta dizer que tome tylenol, nem mesmo morfina. Não se ataca o sintoma mas a causa da dor. Será preciso uma cirurgia para a retirada do tumor. Você pode dizer que seu pulmão não será mais o mesmo, que sua capacidade respiratória ficará menor, que não poderá correr tão rápido quanto corria antes e que ao retirar o tumor vai se retirar uma parte boa ao redor dele como forma de precaução, ou seja, o mal é tirado e leva partes boas com ele.

"I'm sorry". Tem que ser assim. Você fumou vários anos e não foi à força. Você sabia que mais cedo ou mais tarde a coisa podia complicar. Pois é. Chegou este dia. Aceite a cirurgia, aceite as sequelas na tua capacidade física e todo período de convalescência que virá depois, incluindo muito sofrimento com a as sessões de quimioterapia que terás que suportar. Faz tudo parte da colheita de tantos cigarros semeados em teus pulmões. Deus pode te curar instantaneamente mas pode te curar usando os métodos da medicina, aceite, é isso e ponto final. Agradeça que você pôde se tratar a tempo e não morreu logo, ainda com um cigarro na boca.

Na vida espiritual é assim. Quando você manteve durante anos uma conduta inadequada, agradeça pela possibilidade do arrependimento e do perdão, mas aguente até o fim da colheita pois ela virá, e pode até já ter começado. Não adianta dizer que é perseguição do cão, que são irmãos falsos ao seu redor, que a culpa do deserto atual é de quem quer que seja. A CULPA É SUA. Aceite, seja autêntico e sincero agora, pois Deus está é te dando a oportunidade de ser assim pois, se o juízo de Deus fosse executado antes do arrependimento e da publicidade do pecado, você estaria literalmente "lascado".

Se você porventura estiver nesta circunstância aceite que muito de bom de sua imagem, do que os outros pensam de você, será retirado junto com o "tumor do pecado". Faz parte da cirurgia da regeneração, do perdão, a transparência vem no pacote e toda colheita de suas mazelas. Por que que os bispos que a imprensa tanto relata não passam por isso e pecam direto como esta mesma imprensa demonstra? Vejo que os mesmos já estão entregues às suas concupiscências e terão o castigo eterno como colheita, queres também assim?

E ainda vou mais longe. Na minha experiência os prejudicados diretos foram minha esposa e filhos. Pagaram o preço da minha semeadura sendo inocentes. Graças a Deus que eu não era de ministério algum. Se você leitor, tem algum cargo ou função na obra de Deus e se encontra em situação similar, saiba que as consequências irão acertar, além de sua própria família, o coração de muitas das ovelhas, faz parte da colheita de tuas mazelas. Seja esta mazela um pecado escandaloso ou a simples má gestão da obra de Deus. A desgraceira é uma só. Agradeça a Deus e clame à Ele que nem uma das ovelhas venha se perder porque melhor fora...a história lá da pedra de moinho conheces muito bem. As ovelhas vão te perdoar desde que toda mazela seja exposta e retirada, pois não adianta, como no caso do câncer, retirar só parte do tumor, só aquela parte que o exame mostrou na tela do computador, tem que retirar todo o tumor que o médico encontrou na hora que abriu as entranhas do paciente. Ali, com as entranha totalmente expostas é que vai realmente se ver toda extensão do câncer e se retirar tudo o que for necessário. O importante é salvar o paciente, libertar ele daquela situação maligna em que a doença o estava consumindo, consumindo todas as suas forças e o iria levar à morte certa.

Costumo dizer que o melhor aprendizado é o que vem através do sofrimento alheio, neste caso em tela estou contando minha história e nela todas as entranhas foram expostas e foi tudo retirado. Foi pago alto preço mas "emendado" com muita gratidão pela misericórdia divina. Eu já sofri muito, minha família também. E milhões em situação similar. Sejas sábio meu caro leitor, se por acaso estás a passar por algo parecido. Seja você um "crente de banco" ou um "apóstolo" qualquer. Seja a semente ruim que lançaste um palavrão contra o outro, um tiro de arma de fogo ou um "pecado escandaloso". Agradeça a Deus a oportunidade do arrependimento, que Ele te perdoou, te livrou do pecado, mas sejas autêntico com Deus e com teu semelhante, seja ele teu cônjuge, teus filhos, ou no caso de algum tipo de liderança, tua igreja, pois faz parte da autenticidade cristã, e aceite a colheita das sementes contaminadas. Um dia ela acaba e melhor colheres aqui que na eternidade.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Salmo 131

Senhor, o meu coração não se elevou, nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes assuntos, nem em coisas muito elevadas para mim.
Decerto, fiz calar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, tal é a minha alma para comigo.
Espere Israel no Senhor, desde agora e para sempre.

Quando ouço este salmo cantado no Louvor III dos Vencedores por Cristo fico a meditar no tempo que perdemos meditando em grandes assuntos como debates sobre calvinismo e arminianismo, e outras besteiras que nada levam à nossa santificação, à nossa comunhão com Deus. De nada serve saber se fui escolhido, eleito ou se minha opção em aceitar a Cristo fez diferença na minha salvação. Devo sim é buscar ler a Palavra, orar, "seguir a paz com todos e a santificação, sem qual ninguém verá ao Senhor". Nestas horas vejo que muita coisa que se estuda em Teologia é de fato só "filosofar no inexplicável", que o povo teima em dizer que entende, que sabe, quando de fato só vai saber de fato na hora da morte, e isso se for ao céu. Só vã vaidade em desfilar um "conhecimento" que não é conhecimento de fato porque nem tudo é explícito na Palavra. O básico é tão difícil de se viver que nada vale perder dias e meses no profundo que nunca, pelo menos nesta vida, vai de fato se saber. Vejo que devemos saber administrar bem o tempo com o que realmente importa.

Não me exercito em grandes assuntos como o salmista, sou mais prático e menos teórico, mais vida e menos cultura humana.

Nesta correria da vida precisamos descansar, sossegar nossa alma nos braços do Senhor.

Fusca com motor de Ferrari

Lembro de haver lido na década de 80 um teste de um automóvel de luxo onde o autor afirmava que aquele exemplar possuía, em termos similares, "mais motor que carro". No caso o veículo, caro e luxuoso, recebera uma unidade motriz com alta potência, mas não recebera chassis e suspensão aptos a lidar com tamanha força. Deste fato nascia um conjunto de três consequências ruins e interessantes para analisarmos.

A primeira consequência é a de que o proprietário do veículo, sabendo desta característica de sua nova aquisição, ficava muito decepcionado por haver comprado "gato por lebre". Olhando na loja o reluzente e confortável sedã ele tinha certeza que valia cada centavo de seu caro valor. Sentindo-se enganado ele provavelmente iria nutrir séria desconfiança daquela marca em suas futuras compras.

A segunda consequência seria instabilidade e insegurança. Tendo "motor demais" o carro seduzia seu motorista a "pisar fundo" e consequêntemente ele sentiria grande insegurança quando, em alta velocidade, percebesse a instabilidade daquele conjunto. Derrapadas e até viradas poderiam ocorrer pela falta de estabilidade, causando danos e até morte aos ocupantes e a terceiros na via. Em situações adversas, como chuva e curvas sinuosas, o medo seria uma constante aos passageiros que, num segundo, iriam esquecer a beleza e o luxo do ambiente, que nada valiam quando a vida estava em risco.

A terceira consequência seria a fadiga prematura daquele conjunto. Submetido a esforços aos quais não estava preparado, várias partes poderiam apresentar folgas, danos estruturais e até mesmo acidentes em decorrência de quebra de algo vital à segurança. O veículo iria "se acabar" mais rápido, envelhecer de forma precoce devido a desgastes em sua estrutura.

Fato similar ocorre quando alguém adquire muito conhecimento mas, em contrapartida, não adquire maturidade na mesma proporção. O cidadão possui mais conhecimento que sua maturidade suporta. "Muito motor e pouco carro".

Novamente vemos as consequências, parecidas, respeitadas as diferenças, com as que ocorrem no caso do carro.

Quem conhece aquela pessoa tem uma primeira impressão maravilhosa ao contemplar a sabedoria da mesma, todo aquele conhecimento. Sensação parecida com a sentida pelo motorista da historinha ao ver o carrão no pátio da concessionária. É fantástico! Ao conhecer mais de perto os fatos ambos, o motorista e quem conheceu o instruído sem maturidade, sentirão decepção similar, pois infelizmente nem tudo é o que parece.

A instabilidade do veículo em situações adversas também será sentida, na mesma essência, por este nosso amigo que vai conviver com o sábio sem maturidade. Quando este sábio passar por situações adversas na vida terá a mesma dificuldade do veículo pra lidar com elas. Como confiava muito em seu conhecimento ele "pisa fundo" em certos aspectos da caminhada e, nas curvas sinuosas da vida, pode derrapar e até capotar, machucando e até matando, tanto quem está do seu lado, quanto a terceiros nas proximidades. Tudo porque possuía o conhecimento mas não a maturidade necessária para dar estabilidade ao conjunto. O interessante é que, tanto os passageiros do carro como os companheiros da figura humana aqui analisada, sempre sentirão insegurança ao passar por aquelas situações. O perigo será sempre presente.

Da mesma forma que haverá desgaste prematuro e possíveis rupturas estruturais no nosso veículo ora analisado, tal fato também estará presente na figura humana que estamos a observar. Todo o conjunto de seu ser irá se desgastar pois a "graxa da maturidade" não está a lubrificar as "engrenagens da alma". A estrutura não está preparada para suportar as velocidades impostas pelo ritmo de caminha que foi imposto com base apenas no conhecimento. O envelhecimento prematuro, as sequelas estruturais virão bem antes do tempo. E as consequências serão imprevisíveis como no veículo que descrevemos.

O equilíbrio do conjunto é o que resolveria estes dois casos. No caso do carro é difícil pois não compensa financeiramente gastar na estrutura, vende-se e compra-se outro mais equilibrado. No caso da figura humana é difícil porque o conhecimento tenta impedir que se enxergue as limitações estruturais que a falta de maturidade proporciona. Mas no caso do ser humano há esperança. Uma "varredura" de humildade em toda a "carroceria" permitirá que ajustes sejam feitos e aos poucos, respeitando-se os limites de velocidade, a maturidade venha a se juntar ao pleno conhecimento, produzindo a estatura de "varão perfeito".

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O Livro dos Mártires e os zumbis

O Livro dos Mártires é um clássico que relata as perseguiçoes ocorridas no início da igreja cristã. Hoje, nos países islâmicos, na China e alguns vizinhos dela, bem como em outros paíse da chamada janela 10/40, existe perseguição nos moldes da relatada no livro. Claro que respeitadas as diferenças de cultura e época o fim tem sido o mesmo, torturar e matar cruelmente os que professarem a fé em Jesus Cristo.

Muitos agradecem que no ocidente, principalmente no Brasil não existe tal perseguição. Realmente perseguição igual não há, mas vejo um outro tipo de perseguição que obtém resultados mais danosos ainda ao Reino de Deus que a perseguição física.

Lá eles matam, tornam os crentes defuntos; aqui não se mata, transforma-se, com o mal testemunho de muitos que se dizem crentes, os fiéis em zumbis, mortos vivos que vagam pelas igrejas fingindo que são cristãos e os outros fingindo que acreditam;

Lá quando alguém morre como mártir é um testemunho vivo da fé que chama novas almas à conversão; aqui a conduta religiosa dos zumbis escandaliza a igreja aos olhos dos de fora que vêem só religiosidade e hipocrisia, além de uma multidão de almas feridas e mutiladas que, fragilizadas, procuraram a igreja e foram massacradas;

Lá só confessa a Cristo publicamente os que realmente tem coragem de morrer por Ele; aqui se vê na mídia muitos com testemunho duvidoso confessando serem cristãos e quando confrontados com fatos de conduta horrenda se dizem perseguidos, e assim angariam mais seguidores;

De fato para o cão é mais proveitoso produzir zumbis que mártires. Os zumbis atrapalham bem mais. Parece quando desenvolveram o fuzil M16 (versão militar do AR15) com calibre mais anêmico que o 7.62 usado no FAL e similares. O 7,62 matava logo de um só tiro. O 5,56 do AR15 só feria o soldado, daí você, ao invés de retirar só um de combate tirava o ferido aos berros e dois a mais para o carregarem debaixo grande prejuízo psicológico. Com os zumbis e os mártires é parecido. O mártir morre só e ainda mais, angaria novos fiéis com seu testemunho de fé até a morte. O zumbi fere um, fere daí os parentes deste que falam aos conhecidos, que se revoltam com as injustiças, que não querem nem saber desta "marmota de crentalhada".

Religiosidade é o maior mal que se encontra na igreja do ocidente, a que não sofre perseguição física. As pessoas ensinam um evangelho que não é o bíblico, outros ensinam o bíblico mas não vivem e fica tudo por isso mesmo, e os que assistem a estas mazelas tendem, os mais fracos, a se escandalizarem ou virarem zumbis, tornando-se semelhantes aos anteriormente citados, ou se escandalizam e caem fora "queimando" a imagem da igreja de forma geral. Os mais solidificados na fé ficam a sofrer e interceder, clamando a Jesus que volte logo, pois por trás desta aparente paz e crescimento gospel existe de fato grande perseguição contra a real e sofrida igreja universal de Jesus Cristo (não aquela), dos que são realmente filhos de Deus.

Que Deus tenha misericórdia de nós que somos pecadores e falhos, mas confessamos nossos pecados e clamamos a misericórdia de Jesus Cristo, e continuamente nos esforçamos para seguí-lo da melhor forma que nossas forças permitam em busca da santificação, sem a qual ninguém verá ao Senhor.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O baião-de-dois da autoridade

Todos devemos submissão e obediência à Deus.
Filho deve obedecer pai.
Esposa deve ser submissa ao marido.
Ovelha deve ser submissa ao pastor.
Pai deve exercer autoridade sobre filhos.
Marido deve adotar posição de autoridade sobre a esposa.
Pastor deve adotar posição de autoridade sobre ovelhas, sejam elas seus pais, filhos ou esposa.

Este é, de forma hiper-reduzida de detalhes, o feijão-com-arroz da autoridade. Qualquer destes princípios que for quebrado traz consequências, às vezes em menor grau, às vezes com maior estrago.

Vigiemos cada um nossa obrigação, porque quando falhamos causamos consequências ruins não apenas a nós mesmos mas a terceiros inocentes: filhos, esposa e ovelhas.

Filhos são poucos, esposa só uma, ovelhas são dezenas, centenas e até milhares.

Façamos o "baião-de-dois" da autoridade, simples mas fundamental, um verdadeiro alicerce em nossas vidas. Quanto maior o raio de alcance de nossa autoridade, maior a responsabilidade.

Deus nos cobra a cada dia! Vigiemos!

Um grande dilema

Quem passa por aqui a primeira vez deve dizer "este cara é um amargurado, um rebelde e revoltado" devido a tantas "lastimações" presentes nas postagens. Eu fico a me questionar o porquê já que é desagradável se encontrar diante de tanta coisa ruim e logo vejo os fatos. Onde quer que andemos, com quem quer que conversemos, vemos nos crentes de forma geral, pelo menos nos que costumam pensar um pouco, uma insatisfação com a igreja atual, como a Palavra fala da criação assim está o povo: "gemendo pela redenção". Essa insatisfação e angústia não é com determinada congregação mas com praticamente todas. O ditado de que "homem é tudo igual só muda o CPF" passa a ser, infelizmente, aplicado por muitos em relação àquela que deveria ser luz no mundo e sal na terra.

De um lado os pastores clamando para que nos congreguemos pois a igreja, a eclésia é o lugar, o quartel de todo cristão. É na unidade da igreja que o Senhor opera seu realizar no mundo e através dela que o "ide" é realizado. Quem se isola vai contra a sabedoria, está na Palavra. Não existe na Bíblia, pelo menos de forma geral, a figura do cristão "cavaleiro solitário. Concordo com tudo isso mas infelizmente a teoria é linda e na prática a coisa complica um pouco.

Costumo dizer que o banco é o melhor lugar da igreja. Lá você recebe alimento, louva, ora e vai embora! Não se envolver significa não saber, não saber nem o lado bom nem o ruim dos bastidores, é uma maravilha! Mas a árvore precisa produzir frutos, de fato sentimos necessidade de produzir frutos e apresentá-los em louvor ao Pai. Aí é que mora o perigo, é neste ponto que ocorre o "nó cego" (erros que nunca são corrigidos) e encontramos "parafusos estrompados" (ouvidos que ouvem conselhos, admitem o erro e nunca mudam).

Vamos a um caso real. Um irmão amado que frequenta uma igreja histórica compartilhou sua decepção com seu ministério. Escândalos, falcatruas e hipocrisia. Inclusive ele evita ir às reuniões de ministério porque, segundo ele, não fica calado, é um "bocão", daí se torna mal visto pelos demais obreiros. Encontramos nesta realidade alguns tipos de pessoas. Os que se calam porque querem ser aceitos, os que são da mesma "catiguria" dos desmantelados ou os que simplesmente tem a mente anestesiada pela falta de sabedoria, ou pior, anestesiam o próprio cérebro para não enfrentar a realidade, um tipo de omissão.

"Vamos calar pelo bem da unidade". Será mesmo o bem? João Batista calou diante da religião corrompida? Jesus calou quando viu mazelas nos obreiros (escribas e fariseus) da época? Paulo calou? E ele disse "sede meus imitadores como sou de Cristo".

Aí aparece o grande dilema título desta postagem. O que fazer? Encontrei algumas idéias, como que vindas de um "instinto de sobrevivência" do cristão, e ouvi também um posicionamento de outro amado irmão.

Acredito que cada um de nós recebe de Deus três ministérios na conversão. Cuidar dos nossos entes sendo sal e luz em nosso lar, evangelizar nossos vizinhos e sermos testemunhas vivas de Cristo em nosso local de estudo e trabalho. Só aí você já vê que não consegue dar contas de tudo de forma plena. Mas temos no modelo de igreja retratado na Palavra, e no fundo de nossa alma a necessidade, a agonia de produzirmos frutos dentro da igreja. E isto é cobrado e estimulado pelas lideranças. Fica então a pessoa em grande dilema quando se vê pressionada a trabalhar na igreja e, ao mesmo tempo, ser obrigada a receber a "unção do calango" e a "unção da lagartixa", balançar sempre a cabeça pra tudo, e ainda ter a "unção das havaianas", ser própria pra ser pisada, sob pena de, não tendo estas "unções", receber o título de rebelde e insubmissa. Digo isto porque quando você vai ao "backstage", para o fundo do palco, infelizmente é muito provável encontrar mazelas.

Outro irmão abençoado contou que seu ministério, o dado por Deus, ele exerce independente da igreja. Se na igreja o barco está andando bem ele ali está dando frutos, se o barco afundar ele continua dando frutos, pois não está dependente, amarrado à estrutura da organização para exercer o que Deus o comissionou. Esta conduta pode parecer incoerente com o modelo teológico da eclesiologia, mas vejo como o instinto de sobrevivência se sobrepondo numa época de uma religiosidade muitas vezes falsa e com conduta incoerente com o que se prega. Este instinto se desenvolve na vida real, em anos e anos que você convive em diversos ministérios e vê escândalos, divisões, falsidades e mentiras. Este instinto não se desenvolve em livros de teologia nem nos bancos dos seminários, mas na vida real, a que estamos vivendo e nos relacionamentos que construímos. Este instinto é moldado em "sangue, suor e lágrimas". Ele é solidificado quando você questiona seu líder a viver o que ele prega e o que diz a Palavra e ouve um "...você deve procurar outro ministério pra se congregar...", como ocorreu no caso concreto deste amado irmão.

A lista de mazelas é interminável. Não precisa "debulhar o rosário" pois você leitor já viu ou foi vítima de algumas delas, só espero que não sejas o "fazedor de mazelas", o instrumento a escandalizar o irmão, a pisar nos que devem ser amados, a esmagar os que já chegaram à igreja machucados, pois ai de ti se assim procederes pois de Deus não se zomba e Ele pedirá contas a ti de cada ovelhinha que maltrataste. Mais sábio é ouvires o conselho de teu semelhante, te humilhares, pedires perdão e buscares mudança de vida do que caíres na disciplina divina, ali o estreito se torna apertado e não se sai sem muitas dores e lágrimas. Tenho visto isto ocorrer algumas vezes e não vejo nenhuma sabedoria em tal conduta de rebeldia, não para com uma instituição corrompida um uma liderança hipócrita, mas rebeldia contra o próprio Deus.

Aconselhei o primeiro irmão, aquele que evita ir às reuniões a, pelo menos por enquanto, ir à igreja no estilo "de banco". Orar, louvar, congregar com os amados, orar pelo outro e pedir oração e ser alimentado da Palavra. Por outro lado deve procurar não parar de frutificar, mas sem um vínculo de submissão aos ministérios estruturados na instituição, pelo menos por enquanto. Visitar enfermos, distribuir folhetos, e obras similares, esqueci até de mencionar os três ministérios "lar, vizinho, trabalho" que mencionei acima. Mas como sei que ele lerá estas linhas o recado está dado.

É com pesar e tristeza, como sentiram tantos homens na Bíblia quando viram a corrupção onde deveria haver santificação, que escrevo esta e outras postagens similares. Não sou amargurado nem rebelde, não sou "mal resolvido" ou recalcado, nem muito menos desejoso de estar no "pedestal" da liderança, longe de mim tal marmota, pois a humildade deve ser a maior característica do autêntico obreiro. Só fico triste com os fatos, e se eu que não sou nada fico assim, imagine Deus.

Paz do Senhor pra todos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ombudsman eclesiástico

O ombudsman é aquela criatura que recebe as críticas e sugestões dos usuários de serviços e clientes de corporações e age em defesa imparcial da comunidade que o procura. O ombudsman de um jornal, por exempo, tem uma coluna semanal só dele, onde ali coloca as críticas e sugestões que ele julga serem justas contra a corporação que o emprega.

Esta criatura insólita não deseja destruir sua corporação nem levá-la à humilhação pública. Muito pelo contrário, o ombudsman sonha com a melhor qualidade possível, deseja e busca o constante aperfeiçoamento que levará a empresa em que trabalha ao topo, a ser a melhor. Na empresa ninguém olha, ou pelo menos não deve olhar, o ombudsman como um rebelde, um faccioso que quer "queimar" a imagem de um colega e até de seu chefe. Toda grande corporação tem seu ombudsman, pois esta é uma forma de se analisar de forma objetiva suas falhas e corrigi-las, dando a seus clientes e usuários uma satisfação de ver que a justiça foi feita, o que havia de errado foi consertado.

E nas nossas comunidades cristãs será que a figura do ombudsman seria bem vinda? Será que ele não seria logo chamado de rebelde, insubmisso, "atacado pelo cão", instrumento de contendas e divisões e etc.? Tudo depende da maturidade e da humildade daquele que recebesse a crítica. Isto sem falar no lado bíblico e espiritual de que o criticado tem que ser honesto e íntegro em sua conduta e em saber reconhecer o erro, e principalmente em mudar sua conduta.

Acredito que os consagrados, diáconos e presbíteros, tem a obrigação de atuarem como verdadeiros ombudsmen nas igrejas, sob pena de serem culpados de omissão. Os "crentes de banco" também podem exercer tal função, aí tudo vai depender da liderança ser madura e autenticamente bíblica para receber de forma adequada as críticas do povo. É claro que existem nas igrejas os rebeldes, os insubmissos, os que provocam divisões e mais uma "ruma" de coisa ruim. O erro é acusar de todos estes adjetivos quem procura, assim como o ombudsman, o padrão de excelência na obra de Deus e é calado à força pela arrogância e prepotência de muitos que ocupam as lideranças de igrejas e ministérios mundo afora.

Graças a Deus que alguns líderes tem a visão correta, a humildade cristã e sabedoria de um autêntico filho de Deus para saber ouvir o "ombudsman eclesiástico" e...cá prá nós...se realmente houvesse esse cargo de forma oficial eu acho que iria correr atrás dele! Por enquanto vou de blog...

Crime de omissão de socorro

Não se trata aqui do caso de um acidente de trânsito, mas dos acidentes de percurso por que passam os cristãos. Já vivi e vi outros viverem.
Tudo começa com um relacionamento lindo. Os irmãos convivem em união como aquela musiquinha "...uma família sem qualquer falsidade, vivendo a verdade..." daí repentinamente ocorre o "acidente". O abençoado se desentende com a liderança e sai da igreja. O mundo desaparece debaixo de seus pés.

Todos ou quase todos aqueles abençoados irmãos desaparecem completamente. Tendo ou não razão em seus argumentos, quase sempre quem sai, sai ferido, machucado. Necessitando de um apoio, de uma mão amiga, vê as dezenas de amigos antes íntimos sumirem do mapa. Parece que ocorreu o arrebatamento e você ficou.

Nem os ímpios desprezam tanto seu semelhante em casos parecidos que ocorrem em grupos não cristãos. Nem os animais. É urgente e necessário que repensemos qual tem sido nosso testemunho quanto ao amor ao próximo. De nada adianta pregarmos e não vivermos. O desprezo e o abandono é pior que a oposição.

Sejamos cristãos e não "cristãos", não omita o socorro a quem está ferido. Devemos chorar com os que choram. Amanhã pode ser você o acidentado.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Frase interessante

Proferida pala amada irmã Luíza pregando nesta terça-feira:

"Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados" (Edmund Burke)

Um final de semana abençoado pra todos!

A "unção da pomba sem fel"

Este conceito popular de uso antigo, "uma pomba sem fel", nos remete àquelas pessoas que sempre aceitam tudo de forma passiva, sem dizer nem ui nem ai quando pisam no seu pé. Não se deve confundi-la com uma pessoa humilde e submissa à quem de direito. Não. A pomba sem fel não faz história, ela passa pela história.

O maior pecado desta pessoa é a omissão. A pomba sem fel não tem ação para falar uma palavra necessária na hora adequada. É claro que o outro extremo é a pessoa amargurada, aquela que só reclama de tudo mas a reclamação não tem uma base sadia de busca de mudança, de crescimento, só de destruição porque ela já se acha destruída pra tudo de bom desta vida. Devemos ter bom senso e equilíbrio, e nem a pomba sem féu nem a amargurada os tem.

Uma figura que ilustra bem esta caricatura do ser humano é a mulher traída que nada faz para mudar o quadro de vida de seu marido, nem seu sofrimento. "A bichinha nem liga pras ruindades do cabra véi, é uma pomba sem fel". Mas encontramos esta figura em outros locais, não, engano meu, existem locais em que muitos aceitam ser transformados nesta figura exótica para sua sobrevivência. Onde, onde? Adivinha? Nas igrejas.

Ser aceito, ser bem-vindo, ser amado, é uma necessidade natural dos humanos. Existem, porém, locais em que aqueles que estão em uma posição de influenciar, de cuidar do povo, só inundam os carentes deste amor e desta aceitação se estes carentes nunca se opuserem aos interesses de quem exerce autoridade. Se você questiona e o questionado é humilde em se retratar e mudar, é benção, mas infelizmente nem sempre ocorre. Daí os carentes buscam a "unção da pomba sem fel". Eu fico quietinho, aceito tudo, tanto o certo como a mazela caladinho, e todo mundo vai me amar, não é legal? Infelizmente isto ocorre pelo medo da pessoa, muitas vezes já pisada pelo mundo, de ser esmagada onde deveria ser cuidada.

Pobre do "fabricante destas pombas" pois vive na ilusão de ter poder, de ser o "supercrente", mas de fato um dia dará contas de seus atos, pois de Deus não se zomba e ai de quem pisa naquele a quem deve amar. Jesus não veio "apagar o pavio que fumega nem quebrar a cana quebrada". Quem se acha acima do exemplo dAquele que lavou os pés dos apóstolos ilustrando a humildade que os líderes devem ter, receberá um pagamento pior que "atar uma grande pedra de moinho ao pescoço e lançar-se no mar".

Há tempo pra tudo debaixo do sol, como diz a Palavra. Devemos pedir sabedoria a Deus pois às vezes devemos questionar, depois nos calar e interceder. Dizem que Lutero disse "deixe Deus ser Deus" e eu complemento dizendo "evitemos de atrapalhar a Deus". Tem coisas que só Deus faz, e faz bem feito! O profeta na Bíblia chegava, dava o recado e "pegava o beco". Muitas vezes Deus requer isto de nós. Não podemos consertar ninguém, mas não podemos ser omissos quando o Senhor nos toca para alertarmos os equivocados. Intercedamos, enquanto alguém ainda está vivo é a prova que Deus ainda pode transformar.

Que Deus tenha misericórdia de nós!

Nós na fila

Me deram a dica de colocar aqui estudos teológicos. Seria interessante. Mas depois analisei e vi que esta não é a intenção deste espaço. A Teologia, a doutrina, o conhecimento são fundamentais para não sermos arrastados por todo vento de doutrina, toda inundação de heresia que está por aí. Mas aqui é um espaço para uma conversa rápida, de uns três minutos, como quando nos encontramos numa fila de supermercado. E, por outro lado, pouca gente lê artigos grandes e profundos na correria do dia-a-dia. É claro que precisamos de um tempo para devocional, para alimento sólido, aí você senta e não apenas lê, mas estuda a Palavra e estudos bem fundamentados.

Aqui busco fechar a lacuna de não te ver todo dia pra este papo rápido, normalmente focado em coisas do cotidiano, como vemos em textos de cronistas. Aqui conversamos mais sobre os resultados de uma vida com Deus, dos frutos presentes ou ausentes, dos testemunhos abençoados e dos nem tanto. Uma conversa objetiva que em poucas linhas cumpre a missão de transmitir algo essencial, real e importante, que te leva a refletir para amadurecer, sem a necessidade de uma roupagem acadêmica. Como um papo na fila do supemercado.

Poderia até mudar o nome do blog pra...nós na fila!

Não queime seu pendrive, adquira sabedoria com meu erro

Queimei meu pendrive de 8Gb e, pelo que li na internet, a provável causa foi inserí-lo em uma entrada frontal de gabinete que estava com polaridade invertida. O computador usado passou por recente troca de placa-mãe, podendo assim não ter sido devidamente montado. Sempre evite as entradas frontais em pcs desconhecidos. Use as entradas traseiras que são parte integrante da placa-mãe.

Aprendi uma lição pagando o preço. Você já está aprendendo com meu caso. Devemos sempre buscar aprender, amadurecer com todas as experiências desagradáveis. Eu nunca mais cairei no mesmo erro, continuar a errar pode me trazer grande dano, haja dinheiro. Assim é em tudo. Devemos aproveitar enquando o dano é recente. Com o tempo esquecemos e os efeitos didáticos vão perdendo a força para aplicarmos uma mudança de conduta que só trará benefícios.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Deixem de acusar o cão!!!

Estava no fim do culto na igreja quando vieram me chamar agoniados. Haviam dois fiscais da SEMAN lá fora. Na conversa eles contaram de ocasiões em que foram recebidos como "anticristo", "enviados do cão" e coisas parecidas pelos "crentes" da cidade. Comentei que considero justo e correto o uso de um som agradável e nos parâmetros da lei pelas igrejas. Devemos ser exemplos, não apenas quanto ao cumprimento da lei mas principalmente por dois outros fatores: fazer o melhor pra Deus e respeitar a saúde auditiva dos irmãos. Um bom som com certeza não agride os ouvidos dos irmãos e, consequentemente, não perturbará nenhum vizinho, obedecendo no embalo os limites da lei.

É comum o povo fazer besteira, ou deixar de fazer o certo, e quando as consequências chegam vão logo pranteando o clássico "...é perseguição, é culpa do cão...".
Deixem o cão de fora das suas mazelas!
O "abençoado" gasta mais que o que ganha com futilidades aí pede oração na igreja porque "...os céus estão fechados..." e "...o devorador está atacando...". NADA DISSO! Você foi irresponsável e quer que Deus "abra as janelas do céu" pra pagar tuas dívidas. Lindo né "povo de Deus"?
O abençoado é irresponsável nos estudos e incompetente no trabalho, aí quando a cobrança vem, e ela vem com juros dolorosos, ele corre à toda reunião de oração pedindo intercessão pois está debaixo de "grande perseguição das potestades!!!".
Interessante os pedidos por "causa na justiça". A abençoada encheu a praça com cheques sem fundo, deu calote em todo canto, aí quando os credores a executam "é perseguição espiritual". Nada disso, você é que está perseguindo a igreja com mal testemunho!
Essa turma também costuma usar o nome de Deus indevidamente mandando "profetadas" e "revelamentos" recheados de "visagens"! Quando nada se cumpre aí é culpa de Deus, ele só foi o "vaso"...vai criar vergonha "vasilha mazelada"!!!

Voltando ao som, fomos informados que todo local que usa som produzido por equipamentos terá que ser enquadrado nas normas legais, inclusive com projeto sonoro feito por profissional qualificado. Ótima notíca. Teremos cultos agradáveis e nossos ouvidos ficarão sempre sadios.

Que Deus tenha misericórdia dos obreiros ignorantes que dão mal testemunho com seu péssimo som, desrespeitam a lei e os ouvintes e ainda acusam os agentes da lei de "enviados do demo"!