quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Afinal, o que é a Palavra de Deus?

Ontem na aula da faculdade o professor, o mais polêmico de todos, falava de diversos trechos da Bíblia que, segundo ele, os evangélicos interpretam de forma equivocada. Muitos textos do AT, segundo o professor, são interpretados pelos judeus de forma totalmente diferente dos evangélicos ocidentais. E também diversas passagens do NT. Perguntei então quem tem autoridade na terra pra afirmar o que é e o que não é Palavra de Deus, ou melhor, qual interpretação que Deus quer realmente que tenhamos?

Ele afirmou que é necessário estudar em fontes confiáveis, estudar os grandes teólogos e suas obras. No fim ele admitiu que acredita que o mais importante não é a letra em si, mas a essência da Palavra de Deus. Nesta linha fica muito vago ainda. Afunilando o papo chegamos a um ponto que penso de forma similar.

Não importa tanto você saber se Lázaro ficou quatro dias morto ou se aquele número tinha um significado próprio para o judeu da época, não faz diferença se Jonas ficou na barriga de um peixe ou se ali é uma ilustração, nem adianta você ser PhD com tese em AT discorrendo sobre o que é literal e o que é alegoria. De fato , de fato, o que REALMENTE importa é se você foi regenerado, lavado no sangue de Jesus, se você é uma árvore repleta de frutos do Espírito e não de frutos da carne, se você nasceu de novo, se é um cristão genuíno, se tem seu nome escrito no Livro da Vida do Cordeiro....

O resto? O resto não vai fazer diferença na eternidade. Sendo tudo isto que disse acima serás guiado pelo Espírito Santo e Ele te ensinará tudo que desejas que tu saibas da Palavra de Deus. Os teólogos e suas obras poderão ajudar, mas no fim será o Espírito Santo que ira testificar em teu coração o que é e o que não é Palavra de Deus...o resto a gente pergunta no céu.

Análise comparativa de textos

O professor da faculdade pediu para analisarmos a passagem de Gênesis em que Abraão se dispôs a oferecer Isaque em sacrifício obediente a Deus e depois vermos que relação a mesma tem com a passagem de I Samuel em que o povo pediu ao profeta um rei humano para governá-lo.

Quebrei a cabeça e encontrei diferenças, mas não sentia que era aquilo que se devia encontrar, e de fato o professor não respondeu ainda seu ponto de vista. Liguei a uma irmã abençoada que gosta de estudar a Palavra e relatei o fato. Depois de meditar, e até de ter encerrado a conversa ela me ligou e disse que viu uma semelhança de tema, a submissão.

No primeiro texto Abraão decidiu ser submisso a Deus independente do preço a pagar. No segundo texto o povo decidiu ser submisso a um rei humano, e não mais diretamente a Deus.

Nos dois textos é relatado o pacote de consequências de cada decisão. A decisão de Abraão o cobriu de promessas abençoadoras. A decisão do povo trouxe um conjunto que era de fato um jugo que o povo colocava voluntariamente sobre si e sobre seus descendentes.

Até hoje vivenciamos esta verdade. Quando somos submissos a Deus Ele nos abençoa e nos livra de muitos males. Sendo submissos, principalmente ao nosso eu colhemos as consequências ruins. É claro que existem casos em que você pode fazer tudo direitinho e passar por apertos e dores, mas não é neste aspecto que estou a raciocinar agora. Muitas vezes você vai precisar tomar decisões que não trazem nenhum benefício pra você, pra sua imagem ou seu bem estar. Mas é necessário que você tenha coragem de ser submisso a Deus INDEPENDENTE do preço a se pagar, mesmo que seus interesses pessoais, seu orgulho e amor próprio fiquem em frangalhos. Ser submisso ao seu ego, a seus interesses vai te jogar no chão mais cedo ou mais tarde.

Isso ocorre muitas vezes com relação ao perdão. Muitos ficam inchados de orgulho e não pedem perdão, pois acham que estariam se humilhando, "queimando" sua imagem de santo e perfeito. Grande engano. Deus MANDA perdoar, pedir perdão e tudo mais que segue nesta linha.

Enfia nesta tua cabeçinha, esta que você diz que vai morar no céu, que se você for submisso a sua vontade e a seus gostos provavelmente estará não sendo submisso a Deus e a Sua Palavra, serás um rebelde diante do Senhor.

Normalmente este tipo de conflito ocorre quando o cristão pisa na bola e comete pecado que fere de forma mais acentuada ao próximo e a imagem da obra como um todo. É comum, por exemplo, que alguém que comete o pecado contra o outro na frente de todos e o envergonha, depois quer pedir perdão num canto de parede qualquer, no oculto e escondido. "Que podem pensar de mim me vendo admitir que pequei, que errei e estou me humilhando pra este menor que eu?" Este é o pensamento carnal e pecador do orgulhoso que não quer se submeter a Deus como fez Abraão.

Isto é deveras difícil para os que estão em posição de destaque em ministérios e na sociedade. Para estes é difícil se submeter à vontade de Deus quando esta submissão inclui "colocar no altar do holocausto" sua imagem, sua reputação, sua honra. Mas Deus quer que você seja obediente.

Não adianta "recalcitrar contra os aguilhões" pois mais chicote te espera independente de qualquer oração de "guerra" que você faça, pois estarás repreendendo a tudo e a todos quando a causa do aperto é você mesmo e sua teimosia em ser orgulhoso e insubmisso a Deus. Se porventura obedecer a Deus pode comprometer tua imagem para com os homens, saiba que COM CERTEZA, desobedecer a Deus vai comprometer tua imagem para com Deus, e aí é complicado, né filho?

Este sacrifício de nosso eu o Senhor cobra de todos nós a cada dia, que Ele nos dê forças de fazermos Sua vontade, e não a nossa.

O grito e a autoridade

Todos já ouvimos aquela frase que diz que quem tem autoridade não precisa gritar pra impor sua vontade. Gritou é sinal que não manda mais em nada. Também já ouvimos descrente perguntando "...essa crentalhada pensa que Deus é môco?"

Lembrei, pensando nestes fatos, do que meu falecido irmão Paulo relatou. Ele estava prestando serviço em um hospital e certa senhora com câncer em fase terminal foi à ele pedir um remédio que o médico receitara pra ela ir morrer em casa. Naquele instante ele perguntou à ela se poderia pedir a Jesus para curá-la. Quando ela concordou ele relatou que fez uma breve oração, simples e objetiva ali, no corredor, sem gritos ou alarde. Muitos dias depois a senhora o procurou e ele não a reconheceu. Ela disse que no dia seguinte começou a desinchar e a sentir-se bem, ficando completamente normal. Foi ao médico e mesmo constatou que ela estava completamente curada!

O mérito da cura foi de Deus, claro, mas o instrumento usado pra interceder por aquela pessoa não precisou gritar, sapatear nem rodopiar, apenas tinha uma vida de cristianismo genuíno, um relacionamento verdadeiro com o Senhor.

Quando vejo estas oraçõs aos berros lembro da passagem de Mateus que menciona que os fariseus faziam longas orações nas casa das pessoas, com uma piedade fingida e sem nenhuma autoridade. É óbvio que em momento de angústia você pode levantar um clamor à Deus, mas o que vemos é uma banalização da gritaria, e quando observamos os resultados dos berros tempos depois, vemos que na maioria dos casos a gritaria não adiantou de nada, isso sem falar nas profetadas que normalmente seguem esses retetês da criançada, haja imaturidade.

Recentemente pude presenciar algumas profecias e viver pra ver que eram profetadas...nada se cumpriu, mas ninguém lembra, dá uma amnésia necessária à propagação do erro e à sobrevivência dos falsos profetas.

A Noiva Cadáver

Assisti este filme de animação, nome atual pra desenho animado, esta semana. É interessante vermos ali um rapaz casar por um vacilo bobo com uma noiva morta, a noiva cadáver.

Depois do fatídico casório o mesmo fica agoniado pois deseja voltar ao mundo dos vivos, já que os dois tinham naturezas distintas, ele vivo e ela morta.

A princípio lembramos logo de conselhos que damos aos jovens, rapazes e moças, para que não se envovam emocionalmente com pessoas "do mundo", descrentes, ímpios, pois os mesmos não possuem a mesma natureza do cristão. É fato, é real e sério. Casar com descrente é problema certo.

Outro fato é quando vemos casamento de crentes onde um é crente e o outro "crente", religioso de fato. Aí o problema também é sério pois não haverá autenticidade de uma das partes e a vida do cristão autêntico será um suplício até o conjuge criar vergonha na cara e buscar regeneração genuína.

Outros vivem uma fachada de felicidade em outra circusntância, protegendo o conjuge errado para evitar que suas mazelas sejam criticadas, inclusive não aceitando que outros chamem atenção para o fato de que aquela pessoa precisa buscar regeneração e ter frutos do Espírito. Aí é complicado também porque um dos conjuges protege o "malfeitor", proteção essa que faz é aumentar o erro e distanciar aquela pessoa do real arrependimento e da busca pela regeneração. Além do fato de que o "bom cristão" está pecando por omissão e negligência e pode causar danos à terceiros por não adotar uma posição de justiça quando o conjuge for injusto com o próximo.

Outro caso de casamento com cadáver é quando o cristão resolve se unir ao ímpio profissionalmente. Trabalhamos no mundo e debaixo de autoridade de pessoas que nem sempre são cristãos, é fato. O problema é quando o cristão se torna, por exemplo, sócio de ímpio em um negócio. "...que comunhão há entre luz e trevas?". O ímpio invariavelmente pode adotar conduta pautada na mentira, na sonegação, no suborno e outras mazelas mais, e o crente ali, compactuando com tudo e trazendo o peso da mão de Deus sobre sua vida, pois Deus cobrará as mazelas que ele deliberadamente está fazendo pois livremente aceitou ser sócio de ímpio. Depois quando Deus cobra não adianta correr atrás de "oração de fogo", tem é que criar vergonha e se consertar.

Quem não entrou ainda em nenhum destes "casamentos com defuntos" abra o olho. Melhor ser sábio agora que depois pagar o preço do pecado.

Noiva ou noivo cadáver, alguém se habilita?

domingo, 11 de outubro de 2009

A oração contrária e a ovelha ferida

Ouvi nesta sexta uma abençoada pregação. Tratarei de dois tópicos nela relatados.
O tema principal era batalha espiritual nas regiões celestiais, como está em Efésios.
O primeiro ponto em que me detenho me lembra um episódio verídico que ocorreu muitos anos atrás.

Duas pessoas que frequentavam igrejas evangélicas distintas envolveram-se em um problema que foi levado à justiça. Pessoa A e pessoa B. Consideremos que pessoa A era a pessoa crente e pessoa B a pessoa religiosa, pelo menos aos meus olhos na época. Pessoa A estava dizendo a verdade à justiça e pessoa B mentindo, nisso eu tinha certeza. Mas as duas pessoas, A e B, pediam oração em suas congregações pela contenda na justiça. A igreja de B orava de forma enganada, estava ludibriada orando a favor da mentira e contra a verdade, sem saber de nada.

Voltemos aos dias atuais. Quando se fala em qualquer lugar sobre guerra espiritual, sobre os inimigos do homem e tudo mais, vemos acontecer fatos similares ao que ocorreu com A e B. Contendas e atritos, como o que houve entre A e B, continuam a ocorrer em todas as congregações do mundo. Umas em maior outras em menor grau. O interessante é vermos os Bs da vida clamando a Deus em busca de ajuda a favor da mentira e contra a verdade e os que a defendem. Pode parecer absurdo mas ocorre. Já vi certa vez alguém ser injustiçado (o A de outro caso), sair por este fato da comunidade que frequentava, muito ferido mas antes que morresse, e foi tratado o caso pela comunidade a partir da versão do B deste caso. O A ali saiu como rebelde, retirado por Deus como uma purificação divina e adjetivos similares. E o povo glorificando a Deus pela mentira de B haver prevalecido, se bem que o povo de nada sabia, era de fato engabelado.

Concluindo, nem sempre a batalha espiritual que nos relatam por aí é de fato como relatam. Sejamos prudentes ao ouvirmos apenas parte da história, sem contatar todas as partes envolvidas. Antes de orarmos por alguma causa de quem quer que seja, isto quando o causa se tratar de conflito entre seres humanos, sejamos prudentes para não sermos ludibriados e ficarmos orando contra a verdade e a favor da mentira, de fato contra Deus. Isso ocorre também quando a mão de Deus começa a pesar sobre o errado e ele clama em oração repreendendo aquela situação em que ele foi colocado por Deus como sendo do diabo e seus seguidores. Oração que pede que Deus manisfeste sua justiça contra quem quer que seja é perigosa! Oração que menciona quem quer que seja como inimigo de alguém é perigosa! Nunca devemos participar de oração e intercessão deste tipo sem que haja CERTEZA ABSOLUTA de TODOS os fatos envolvidos e se tenha conversado com TODOS os envolvidos, sempre pautando nosso caminhar no amor e misericórdia pelo outro. Nem sempre o chamado de inimigo, usado do cão, rebelde, instrumento do diabo e qualquer adjetivo de sentido similar, é de fato desta forma, pode ser que quem te passa este perfil seja de fato o grande vilão, alguém que usa a mentira pra induzir outros ao erro. Cuidado!

Outro ponto que lembro foi uma frase: "...a igreja não deve abandonar seus feridos no caminho". Realmente o abandonar ferido é incompatível com a igreja relatada na Bíblia. A parábola em que Jesus nos conta que o pastor deixou as 99 no aprisco e foi buscar a perdida ilustra bem este fato. Infelizmente muitos brincam de igreja, não se contentam com o fato de muitos estarem feridos pelas lutas comuns aos cristãos, mas ainda acrescentam dores ferindo ao próximo com "fogo amigo", e depois ainda abandonam estes feridos no caminho. Não quero nem imaginar o destino dos que assim fazem. Que o Espírito Santo os convença deste pecado e se arrependam de forma autêntica antes de partirem desta vida.

Grandes são os problemas, intercedamos para que o Senhor nos livre do mal e converta os que insistem no caminho do erro.

sábado, 3 de outubro de 2009

A Ceia

Este post é lançado online no início do domingo em que a grande maioria das igrejas evangélicas celebra a Ceia do Senhor. Novamente um papo informal, além de algumas meditações na semana, me trouxe o tema.

Fico a me perguntar como tanta gente consegue cear sem que estejamos a ver frutos do Espírito em suas vidas. Digo assim porque não podemos julgar ao próximo, mas devemos observar os frutos que a árvore produz. Fico estarrecido com a frieza e total descaso com Deus de pessoas que passam o mês inteiro vivendo totalmente o contrário do cristianismo e na Ceia colocam um ar de amor cristão que não condiz com tal árvore. Me lembra muito o natal. O povo vive o ano inteiro feito uma maldição para o próximo, aí no natal veste uma capa de caridade, amor e benevolência. Parece até um mecanismo de defesa do corpo que sabe que não presta mas tenta enganar a si próprio. É esquisito demais, muito esquisito mesmo.

Na ceia eu até temo em ir à igreja por pensar estar colaborando pra desgraça alheia. Eu sei que um determinado abençoado prefere um papo com o cão a vir conversar comigo, recebi do mesmo o total descaso e a absoluta falta de amor cristão durante todo o mês, daí na ceia estou ali no templo e o infeliz vem até mim, me cumprimenta e balbucia umas palavras de amor e fraternidade que sei com certeza serem da mais absoluta falsidade. Me sinto como cúmplice do pecado alheio. Você já parou pra pensar nisto? O dia que o Senhor mandou que lembrássemos de seu sacrifício ser o dia em que alguns mais pecam? Parece aquele corinho que já mencionei antes ter abuso do mesmo: "...uma família sem qualquer falsidade...". O que nos conforta é sabermos, ou pelo menos pensamos saber, que a maioria tem um amor fraternal verdadeiro, mas são as exceções que teimam em cutucar nosso juízo devido à gravidade do fato e a frieza dos autores dos delitos.

Veja a que ponto chegou a igreja. Se nós nos sentimos incomodados com a falsidade que há entre as ovelhas imagine Deus! Não sei se é porque estou ficando velho, apesar de só ter 41 anos, mas a cada dia fico mais impaciente com estas marmotas entre o povo "que se queixa que é crente". Chega de hipocrisia. Vivi 20 anos de minha vida como hipócrita, não vou reencarnar pra viver de novo, então procuro viver de forma autêntica e genuína a vida que Deus, em sua longanimidade, resolveu me conceder, que Ele decidiu permitir que eu ainda desfrute mesmo sem merecer. Sou pecador cheio de mazelas mas este tipo de coisa chega às raias do absurdo, do incrível na escala de marmotas religiosas. Cada dia fico mais "desbocado" e impaciente com os religiosos do abracinho falso e da "paz do Senhor" que eles mesmos não possuem. Pessoas que fazem o jogo da mão dupla da tesoura. Eles tesouram o A para o B, o B para o A, o C para os dois e por aí vai; daí encontram todos juntos e é um "amor" só...

Isso estou a falar de irmão para irmão, nem sequer lembrei de algumas lideranças que só lembram das ovelhas na hora em que necessitam de algo do rebanho, o tal do "...venha a nós o vosso reino e nada...". Realmente tem que ser muito persistente pra conseguir caminhar no meio do povo que se diz povo de Deus.

Amor? Esqueça, está cada vez mais raro de se encontrar, seja na igreja, que deveria ser cheia de amor, seja no mundo afora, este nunca teve nem terá. Como fica a Ceia então? E as recomendações de que "...por isso há muitos entre vós que estão doentes e muitos que dormem..."? O povo novamente dá provas que fala de Deus mas vive como se Deus não existisse. Andam com a Bíblia na mão mas vivem como se ela fosse só mais um livro de frases bonitas. Falo o povo porque por menor que seja o número dos que assim agem, já é um número exorbitante se levarmos em conta que este povo diz que vai morar no Céu, diz que nasceu de novo e o pior, diz que é filho de Deus!

Dia de Ceia, Senhor ajuda-nos e tem misericórdia deste povo que afirma ser teu...

O dinheiro e o ministério

Estava conversando hoje e me falaram de um amigo que é pastor. Relataram de sua dificuldade na vida pois acorda todos os dias de madrugada para produzir produtos que comercializa, já que não recebe renda da igreja que pastoreia. Este é um exemplo de extremo, onde o obreiro não recebe o salário que deve receber. No outro extremo vemos as igrejas neopentecas onde jato de 50 milhões de dólares está a serviço do bispo. Novamente necessário se faz o uso do bom senso.

Acredito que o obreiro deva ter um trabalho que muitos chamam de "secular", como se isso fosse do mal. Paulo fazia tendas para não ser pesado aos irmãos. Novamente o bom senso clama por algo que repito a enésima vez: transparência. Tudo feito às escuras, somente do conhecimento de um mini grupinho passa a aparência de marmota. Todos sabemos quanto ganha um político, quanto é o salário mínimo, quanto ganham servidores públicos cujos salários são divulgados nos jornais de concursos a toda hora. A igreja deve ser exemplo de transparência. Todos os membros devem acompanhar, opinar, votar e sugerir quando for ser decidido a prebenda do pastor, este é o termo para o valor monetário recebido por religioso.

Fato sério e gravíssimo, além de criminoso, é o fato das igrejas que não descontam o Imposto de Renda na fonte ao conceder a prebenda ao pastor, e nem o pastor dizer a verdade quando declara Imposto de Renda. A mídia mostra quando ocorre isto. "Esqueceram de César" podia ser o nome deste filme trágico. Vemos nestas duas páginas, encontradas rapidamente no google, artigo e fórum tratando do assunto, inclusive mencionando prisão de pastor:
http://www.direitonosso.com.br/artigo66.htm
http://www.forumcontabeis.com.br/ler_topico.asp?id=24033 ;

Já pensou se a Receita Federal desse um "pente fino" no patrimônio dos líderes de igrejas pra ver a compatibilidade da realidade com a declaração anual do IR? Ia ser um problemão, humanamente falando, e um escândalo, biblicamente falando, se fosse encontrado algum caso de fraude. Vemos no primeiro link um caso concreto divulgado pela mídia.

O povo pensa que por estar na igreja e por tudo se passar na igreja, a renda pastoral se dá em outra dimensão, talvez na quarta dimensão do agora David Young Cho. Deus vai torná-los invisíveis ao governo! Mas os olhos dos irmãos enxergam tudo isto, e tal fato joga por terra a credibilidade do pregador e da instituição quando os mesmos exigem retidão e não colocam retidão em prática.

Vejo hoje como alguns sentem tanta dificuldade em ter vida transparente, isto é um escândalo, pois deveria ser o normal, o natural do cristianismo. Não sou fiscal de nada e creio que todos nós vamos prestar contas com Deus e com o governo, mas a imagem da obra de Deus se desgasta, os imaturos se escandalizam, é só desgraça quando estoura uma marmota qualquer. E a Bíblia diz "ai daquele por quem vier o escândalo".

Acredito que a prebenda pastoral deva ser uma média da renda dos membros, para que os mais humildes não fiquem escandalizados com os luxos pastorais advindos de sua tão sacrificiosa oferta. Não se deve deixar o líder à míngua, novamente o bom senso, a lógica deve prevalecer, ou seja, a justiça pra com todos que colaboram na obra e para com o obreiro. Deve ser discutida abertamente a carga horária do obreiro, quantas horas mensais dedicadas ao estudo, quantas à visitação de membros e etc. Não adianta usar de sentimentalismo ao dizer que pastor trabalha até de madrugada orando pelo povo. Isto é uma falta de respeito ao próximo! Todos temos nossas madrugadas ao pé da cruz quando a coisa aperta. Faz parte do estilo de vida do cristão. Lutas estão contidas no pacote de todos, seja o "paipóstolo" ou o membrinho de banco.

Lembro de ouvir relatos de alguns que se diziam missionários pra se escorar em membros da igreja. Iam morar com a família do membro e só tinham "vida de consagração". Não "colocavam um prego numa barra de sabão". Só a "unção da preguiça". Pensam que os outros são tolos, e alguns até que são até verem que estão sendo usados. Mais mazela gospel.

Não devemos induzir os líderes ao erro, ao crime fiscal, ao escândalo. Devemos fiscalizar e exigir que a lei seja cumprida na hora de se doar algo ou se conceder prebenda a quem quer que seja. Transparência já, ou possibilidade de escândalo daqui a pouco. Se algum dia você leitor tiver oportunidade de voz na sua comunidade religiosa não cale, fale, alerte, não sejas omisso.