Vejamos
no livro de 3 João 1:9-10 a figura de Diótrefes, um membro influente na igreja
primitiva:
“Escrevi alguma coisa à
igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá
acolhida.
Por isso, se eu for aí,
far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras
maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos,
como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja.”
Diótrefes,
como nós lemos acima, desprezava João, injuriava João com mentiras maliciosas
e, além de não acolher os irmãos ainda expulsava os que os acolhiam, ou seja,
os que eram verdadeiramente cristãos.
Creio
que ainda hoje existem alguns “diótrefes” por aí afora, trazendo grande
prejuízo para a obra de Deus. O que me chamou a atenção foi para a versão
feminina deste modelo que nós vemos, infelizmente, cada dia mais presente em
nossas igrejas, a “alcoviteira”. Fofoqueira, mexeriqueira e que faz acepção de
pessoas, são alguns dos significados para o termo “alcoviteira”. As irmãs que
estão a ler este texto entendam que existem muitos “diótrefes” e alcoviteiros
nas igrejas, mas fatos vivenciados em nossa história pessoal nos incitam a
meditarmos neste instante nas “abençoadas” alcoviteiras.
É
triste e lamentável percebermos que muitas varoas possuem uma conduta digna de
receberem esta patente negativa. Algumas não podem ver um novo membro, ou uma
nova família que chega à igreja e já correm de forma “meiga e amável” para
receber os novos irmãos. As aspas colocadas na frase anterior indicam que a
real intenção destes corações não é receber bem, mas buscar um entrosamento com
quem chega a fim de descobrir detalhes, quaisquer detalhes, daquelas vidas,
para que possam depois “tesourar” as vítimas pelas costas. Nesta conduta estão
piores que Diótrefes, já que ele nem recebia o povo, estas recebem com a intenção
maligna de fofocarem, injuriarem e caluniarem. A fofoca é a forma mesquinha de
transmitir a informação, a injúria é uma mentira que visa denegrir a imagem do
outro e a calúnia é atribuir ao outro crime que ele não cometeu, em nosso caso
pecado não cometido.
O
pior é que a alcoviteira tem sempre uma plateia cativa. Outras alcoviteiras e
algumas simpatizantes que podem até não serem hábeis na malícia da alcoviteira,
mas que são tão carnais quanto ela. Existia um forró do “tempo do bumba” que
serviria perfeitamente como “hino oficial das alcoviteiras”. Em certo trecho a
letra diz “... é só dar as costas que a
tesoura come...”.
Um
fato que nos leva a lamentar é que às vezes a alcoviteira vem até a se tornar
amiga, ou “amiga” de suas vítimas, mas aí o estrago já está feito. Mesmo que
pare de denegrir a vítima fica impossível a reparação total e a plateia carnal
vai sempre guardar a imagem ruim das vítimas da alcoviteira. Sabe aquela irmã
que “nunca foi com sua cara”? Ela pode ter sido plateia de uma alcoviteira!
Certa vez ouvi a ilustração de que a fofoca é como lançar um saco de penas ao
vento do alto de uma montanha. Por mais que você se arrependa do que fez jamais
conseguirá recolher todas de volta.
Para
nós cristãos fica o conselho da cautela. Evite expor sua vida pessoal ao
primeiro sorriso amável que aparecer ou para a primeira palavra mansa de
atenção e interesse em te ajudar. Jesus é nosso melhor amigo e Ele pode nos dar
sabedoria e discernimento para escaparmos das alcoviteiras. Dê tempo ao tempo. Um
ditado antigo dizia que você precisa antes comer um quilo de sal com alguém
para realmente conhecer a pessoa. Haja comida pra se gastar um quilo! E muitas
vezes nos decepcionamos até depois de uma carreta de sal! A decepção e o risco
dela fazem parte da vida cristã, pois o cristão quando ama ao próximo não dá
pra evitar certo grau de exposição, mas podemos e devemos ser simples como as
pombas e prudentes como as serpentes, como diz a Palavra.
Oremos
pelas alcoviteiras, o título que elas carregam tal qual um demônio montado em
suas costas, é sintoma de uma vida religiosa e não cristã. Precisamos amar e
interceder pelas alcoviteiras para que o Senhor, como já nos libertou de tantas
mazelas que tínhamos, liberte-as, as salve e as cure para honra e glória de Seu
nome.