segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O amor a Deus, começando a conversa

Ontem a pregação na igreja foi muito boa. O tema principal, ou parte dele, tem sido motivo de muitas conversas que tive nos últimos dias, o que me faz "pegar carona" no tema pra conversarmos um pouco. Este é apenas o começo da conversa, o tema é prioritário e o assunto vai longe...

O uso do tempo, aliás, o bom ou mal uso dele seria a causa de boa parte dos problemas ali exemplificados na vida familiar. Gostaria de me concentrar na raiz deste problema: a escala de prioridades que é diretamente proporcional ao nosso amor a Deus.

Quando estamos a refletir sobre muitos dos problemas de nossa vida cristã devemos perceber que de fato estamos nos situando apenas no nível dos sintomas. O pecado é um sintoma, não a causa dos males. O mal uso que fazemos de tão escasso tempo que nos resta para desfrutarmos com nossa família é um sintoma de que nossa escala de prioridades está equivocada. O crente costuma rotular tudo como "pecado" e "permitido". Mas a coisa não é tão simples ou genérica. Lembremos de Paulo a nos falar que que "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convém". O que realmente retira nossa qualidade de vida cristã é o fato de nossa escala de prioridades estar corrompida em meio a nossos delitos e pecados.

Lembra quando você ficou apaixonado a primeira vez na vida? Ficaste a pensar naquela figura quase todo o dia, não paravas de desejar estar a seu lado. Esta paixão pode ter virado fumaça com o tempo ou ter sido substituída por um amor genuíno. Na vida cristã muitas vezes começamos com nosso relacionamento com Deus similar a uma paixão. Com o passar do tempo esta paixão deve amadurecer e transformar-se em um sólido amor por Jesus Cristo e Sua Palavra. Aí é onde ocorre a raiz do problema. Muitas vezes as paixões da vida, as preocupações com nossos próprios interesses, como já dizia a parábola da semente no caminho, acabam sufocando nosso ser e de fato percebemos o quão "capenga" é o amor que temos por Deus.

Quando lemos as biografias de homens que foram grandemente usados por Deus (como diz Paul Washer não existem grandes homens de Deus, mas miseráveis pecadores que são grandemente usados por Ele) percebemos que suas vidas estavam centradas em fazer a vontade de Deus, em amá-Lo acima de todas as coisas. Para tais homens não havia esta "busca pela felicidade" que tanto nos perturba, nem ainda esta vida tão cheia de entretenimento que tanto nos satisfaz. Tudo porque de fato o amor deles estava centrado em Deus e não em si próprios.

Estes dias eu comecei a abastecer o Michael Jackson ( Michael é meu HD externo que é uma vesão comemorativa em homenagem ao finado... registre-se que só comprei este pq estava bem mais barato que o "normal" na amazon.uk) com os filmes da intenet que tenho gravado em muitos dvds. Naquele instante percebi o quanto tempo havia jogado fora assistindo muitos daqueles filmes e quanto ainda pretendo jogar fora assistindo os que ainda não vi!! Filme não é pecado, mas se formos analisar a montanha de prioridades que deveríamos ter acima deles perceberíamos que não restaria tempo algum pra desfrutarmos com as maravilhas da sétima arte. Convém ressaltar, antes que me apontem as pedras, que nossa legislação não considera crime baixar filmes da net, mas colocá-los lá ou vendê-los.... Lembrei das muitas horas de excelentes pregações da Sepal que estao aqui "mofando" e quando converso sobre elas com alguém acabo confessando que não vi... por falta de tempo!

Fazer bom uso do tempo é uma daquelas promessas que fazemos em época de virada de ano, quando a consciência pesa e prometemos mudar ano que vem. Mas este problema não tem sua cura neste caminho, o das promessas. Precisamos rever se realmente amamos a Deus. Se realmente nosso coração anseia por Sua presença a cada instante ou apenas quando cantamos certos hinos de adoração na igreja. Tenho refletido em quão urgente é isso pra minha vida, e creio que pra vida de todos.

Precisamos urgentemente trilhar o caminho pregado por João Batista no deserto: "arrenpendei-vos...". Precisamos enxergar que não amamos à Deus da forma como Ele deseja, com toda nossa força e todo nosso entendimento. Deixamos as "maravilhas" desta vida, os sonhos de consumo, as coisas tangíveis ao nosso redor cativarem o amor de nossos corações bem acima do amor que temos por Deus. Você pode até "dar um pinote" e falar que ama a Deus acima de tudo... mas será que os frutos de tua vida demonstram isso? Eu particularmente estou precisando da misericórdia de Deus... e você?

Se a igreja concentar-se na raiz de todos os males, a falta do amor à Deus, muitos dos sintomas que tanto nos pertubam serão gradualmente, se não eliminados, pelo menos reduzidos em grande parte. O mal uso do tempo, os conflitos nos lares e na igreja, a falta de frutos do Espírito.. e por aí vai. Não mudamos instantaneamente, mas não devemos cessar de buscar crescer de glória em glória, melhorando a cada dia. Esta regeneração não vem de nós mesmos mas é operada pelo Espírito Santo nos corações arrependidos e contritos. Resta-nos clamar ao Senhor para que nosso coração de pedra seja transformado em um coração de carne, e que nosso amor superficial seja transformado em um amor genuíno pelo Pai, para que assim caminhemos em direção à estatura do varão perfeito.

Que cada um faça a cada dia a oração do salmista: "cria em mim um coração puro ó Deus, e renova em mim um espírito reto". Salmo 51:10

Nenhum comentário:

Postar um comentário