sábado, 25 de julho de 2009

É ajuizado o cristão que questiona?

Pergunto a frase do título pois aparece isto quando analisam porque gosto de escrever em terreno aparentemente minado. Tenho conversado com alguns irmãos e há neles o receio de que ao escrever algo "incômodo" eu venha a ser alvo de uma espécie de "perseguição eclesiástica".

Primeiro, eu não escrevo sobre determinada igreja ou liderança. Em quase 30 anos de perambulação em diversas igrejas de diversas denominações pelos mais variados motivos (não especificamente pela mania de "pular como macaco" e não firmar "raiz" ou de viver a "teologia do hotel"), vi as mais diversas mazelas que inundam a comunidade cristã.
Ao escrever estou como que a conversar com vários amigos e irmãos em um ritmo de vida que me impede de fazer isto da forma habitual. Não estou a criticar, mas a clamar para que aumentemos nosso "padrão de qualidade" de nosso cristianismo. Toda busca de melhoria inclui reavaliação de condutas e isso passa obrigatoriamente pela crítica, assim como toda busca por qualidade no meio empresarial. Deus e o mundo exigem coerência entre pregação e vida de cada um de nós. Já disseram certa vez que não existe crítica destrutiva, ela assim é transformada se não for recebida com maturidade como construtiva. Analisar, refletir e, como dizem os acadêmicos, filosofar, normalmente passa muitas vezes pelo olhar crítico.

Conheço e me correspondo com pessoas em várias denominações e estados do país, e estou a conversar com todas em meu blog, ou seja, não cabe a neura de que falo de A ou B. Até porque aqui não é um jogo infantil de saber quem ganha ou perde um debate. Nada a ver. Nas vezes em que conversei com líderes sobre um dos assuntos falados aqui e mais "tabu" entre os crentes, o dízimo, frisei que não defendo uma opinião, busco a verdade e se me mostrarem na Palavra que estou errado, glórias a Deus, aprendi uma lição e não mais terei um posicionamento inadequado. Mas especificamente neste assunto isto nunca ocorreu.

Não se trata de insubmissão refletir sobre mazelas do meio cristão pois não se está a atacar nenhuma liderança constituída, mas um sistema fragilizado. A busca é, como diz o nome do blog, oferecer o melhor pra Deus. Se tudo fossem flores não teríamos tantas pregações de exortação, o Espírito Santo não estaria dirigindo os pregadores neste rumo. Amar a Deus gera um incômodo quando vemos erro onde Deus quer que haja acerto. Isto é a conseqência natural da vida cristã. Somos cheios de erros mas não devemos nos acomodar com eles, mas pedirmos perdão a Deus e ao Espírito Santo que nos regenere. Assim é de forma individual e devemos zelar que seja na igreja, onde tantos entram feridos e infelizmente,às vezes, saem esfolados.

Escrevo na mesma postura de quando ouço um seminário da Sepal, por exemplo. Escrevo e ouço numa linha de comunicação que visa falar com o todo e sobre o todo da comunidade cristã e não com alguem e sobre alguém. Resta haver maturidade de compreensão entre os leitores.

Nós só temos uma vida e se não procurarmos vivê-la de forma autêntica, com sinceridade e buscando obedecer a Palavra de Deus a qualquer preço seremos os mais miseráveis. Se não tivermos humildade pra pedir: "Irmão me mostre meus erros", "Irmão me perdoe" e "irmão obrigado por me ajudar a ser um melhor cristão" estamos apenas vivendo uma vidinha de religiosidade fútil e passaremos a eternidade arrependidos por termos jogado tudo fora. Isto independente de sermos simples "crentes de banco", membros de ministérios, pastores, apóstolos ou até doutores em divindade...
Que o Senhor nos ajude e tenha misericórdia de nós !!!

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