sábado, 25 de julho de 2009

TCO

TCO neste caso não é o de delegacia de polícia, mas as iniciais de "transparência", "coerência" e "organização".

Quando menciono transparência clamo aos cristãos para que haja em suas comunidades autenticidade e veracidade nos relacionamentos. É muito danoso à um grupo a conduta de falsidade entre irmãos, pessoas te dando um tapinha nas costas, um "paz do Senhor" e você perceber através de outras atitudes do "vaso" ou da "vasilha" que não há um amor ágape genuíno naquele convívio. Na verdade a conduta de quem assim procede só pode, em última análise ser classificada como "uma vida de mentiras". Sabemos quem é o pai da mentira e o fim deste ou desta certamente não será uma benção. Se levarmos em conta o fator decepção da parte da vítima da falsidade aí é bem mais complexo e triste. Infelizmente muitos vivem como que anestesiados, com a mente cauterizada pelo engano, vivendo num mundinho só seu de uma religiosidade asquerosa, defendendo assim uma conduta hipócrita e psicopata.
Quando alguém perceber estes sintomas em alguém, ore por esta pessoa, pois segundo a Palavra é o Espírito Santo quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Um enfrentamento direto dificilmente trará frutos pois estarás lidando com um "crente profissional", que saberá usar n manobras para se colocar como vítima e fugir da verdade. Resumindo : só Deus, mas a oração do justo muito pode em seus efeitos. Não despreze esta alma, ore e interceda pois ela é de grande valor.

Coerência seria também bom senso, lógica, enfim o óbvio. É incrível como muita gente tem tanta dificuldade em ser coerente, em enchergar o óbvio a dois palmos de seus olhos. Muitas vezes condutas incoerentes na obra geram grandes conflitos. Na maioria das vezes um pouco de humildade temperada com boa vontade resolveria rapidamente problemas que podem adquirir proporções desastrosas. A balança nas mãos da figura feminina que simboliza a justiça também nos leva ao mesmo assunto. O mesmo peso e a mesma medida para todos da comunidade. Muitas vezes alguém errou, ou mesmo nem errou, só supõem que houve um erro qualquer aí o irmão ou irmã recebe uma cruz de uma tonelada de concreto. Outro errou aos olhos de todos, de forma explícita, aí nem recebe a disciplina ou recebe uma cruzinha de aglomerado, oca, bem levinha. Deve haver coerência, senso de justiça, antes que a justiça de Deus "entre de sola" na vida dos incautos que pisaram na bola e depois fiquem a perguntar "por que esta prova Jesus?". Você leitor deve perceber que nesta pequena reflexão vemos que o erro traz consequências ruins à todo mundo, à vítima e ao algoz, uns na hora, outros depois, mas sempre o juízo vem, ou seja, o conselho ajuda a prevenir o choro de todos os envolvidos. Não seria o óbvio termos cuidado com isso?

Organização é algo primordial em nossa vida como um todo. Se você não se organiza a partir de sua vida pessoal terá dificuldades em progredir. Para uma só pessoa pode exigir estabelecer metas na vida de estudante, com a disciplina de estudar regularmente, de ter um ritmo de vida que estabeleça uma escala de prioridades coerente com a realidade de cada um, visando um futuro sadio. Quando trazemos este conceito para um grupo maior, como uma comunidade cristã, somos remetidos à diversos aspectos, como a divisão clara de competências entre os obreiros, uma escala de reuniões com horários e metodologias de funcionamento constantes e bem definidas, bem como com a cobrança de que cada um que está incumbido de uma missão que a faça com zelo e dedicação. Tudo isto nos leva ao conceito de organização. Também poderíamos mencionar o estabelecimento de regras claras e transparentes entre líderes e liderados. A presença de regras bem solidificadas garante o tratamento impessoal, garante que a pessoa saiba que receberá um tratamento coerente e justo, como mencionado no outro tópico. Quando a coisa fica meio solta, com relacionamentos cheios de decisões misteriosas, sem uma origem clara, a pessoa acaba insegura e pode se sentir excluída ou discriminada em determinado grupo. Neste caso voltamos ao tópico da transparência, exigindo que as atitudes e decisões de quem cuida de um grupo tenham motivos claros e do conhecimento de todos. Nada pior à saúde espiritual de um grupo que atitudes de seus membros e decisões de seus líderes sejam tomadas de uma forma obscura, nos levando a lembrar da frase do padre na missa "...eis o mistério da fé!".

Nas comunidades cristãs quando não se simpatiza com coerência, tansparência e organização nos relacionamentos líder-liderado e irmão-irmão, costuma-se usar a fuga de colocar a culpa em Deus: "...não senti de Deus", "...esperemos confirmação de Deus". Muitas vezes estas frases são apropriadas a determinadas situações, só que há uma banalização do uso das mesmas quando alguém não consegue ser autêntico, transparente e sincero em sua conduta. Novamente voltamos ao mesmo ponto, até sendo um pouco mais "desbocado". Vai "se lascar" o culpado pela teimosia em não "se emendar" e vai "se lascar", ou "ser lascado" a vítima, se não for maduro suficiente pra enxergar a realidade espiritual por trás da mazela humana. Como diz minha esposa, eu particularmente sou mais frio, tenho como ela diz "sangue de barata". Pode ser que Deus assim permitiu para que eu sobreviva com, como diz o título daquele livro, "este mundo tenebroso!".

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