Ainda não li todo o
livrinho sobre debates disponibilizado no site do Voltemos ao Evangelho, mas
gostaria de compartilhar algo sobre o diálogo, aquele que está um pouco abaixo
do debate no quesito “energia”, e um pouco acima no quesito “nobreza”.
A falta de diálogo
pode causar guerras entre países, intrigas entre cônjuges, desavenças entre
pais e filhos, desconfianças entre amigos, enfim, o diálogo é uma ferramenta
daquelas que, quanto mais usada, melhor.
Para que o diálogo
possa ocorrer de forma sadia e produzir bons frutos, é necessária a presença de
alguns requisitos. A princípio, para o diálogo existir é preciso que haja uma
via de comunicação livre entre as pessoas, essa via só se constrói com
humildade e respeito mútuo. Se porventura uma das partes se considera superior
à outra, a via de comunicação ficará interditada. Não existe diálogo sadio onde
um fala mais que o outro ou imprime uma relevância superior a sua fala,
menosprezando a do outro. Sem o respeito não será possível haver a atenção às
ideias, não ocorrerá uma conversa onde um se concentra com o real interesse de
compreender o que o outro exprime.
E, finalmente, para
que o diálogo produza bons frutos é necessário que, no transcorrer da conversa,
os pontos sejam tratados um a um, que só se passe a outro tópico depois de
exaurido o primeiro e, o principal, que haja um crescimento mútuo, no sentido
de que as opiniões divergentes possam ir afunilando em direção ao consenso ou,
pelo menos, ao reconhecimento, por parte de ambas as partes, que neste ou
naquele quesito sua opinião inicial estava equivocada. Mesmo que o interlocutor
decida não mudar seus posicionamentos, é necessário o reconhecimento de que a
postura do outro é mais lógica, mais racional ou, no caso de diálogos sobre
temas cristãos, como menciona o referido livro, mais bíblica.
Voltamos aí à
humildade e ao respeito. Sem estes o diálogo pode desaguar no debate e terminar
na briga. O que era uma diferença de opiniões virou uma inimizade.
Convém ressaltar que
a responsabilidade para que estes detalhes sejam seguidos em um diálogo recai na figura de quem deve exercer, ou exerce, autoridade sobre o
outro com quem se dialoga. Espera-se deste maior maturidade condizente com sua
posição. O marido, por ser cabeça do casamento, é o responsável maior em manter
o diálogo nos trilhos corretos com a esposa, bem como os pais em diálogo com os
filhos e os líderes em diálogo com os liderados. Infelizmente às vezes o papel
pode se inverter, quem deve ser maduro age com imaturidade, aí o risco de
desavenças e vergonha aumenta exponencialmente.
Nunca se deve perder
de vista que, num desastre de comportamento, a qualquer momento o interlocutor
que está desestabilizado pode fazer renascer seu bom senso e humildemente
voltar a ter uma conduta condizente com sua posição. Muitos problemas ocorrem
nesta hora pelo temperamento exacerbado somado à falta de humildade.
Dialoguemos, mas
dialoguemos com amor cristão, só assim haverá a humildade e o respeito ao outro,
necessários para que estas conversas sadias venham seguidas de bons frutos para
nós e para o Reino.
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